MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 30 de abril de 2019

Bolsonaro não devia pedir para BB reduzir juros ‘nem de brincadeira’, dizem assessores



O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Adriano Machado/ReutersValdo Cruz
G1 Brasília

O desejo pode até ser sincero e compreensível, afinal, as taxas de juros no Brasil ainda são elevadas, mesmo no patamar mais baixo da história recente do país. Mas o presidente Jair Bolsonaro, avaliam assessores, não deveria “nem de brincadeira” pedir publicamente ao presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, para reduzir os juros cobrados pela instituição aos produtores agrícolas. A fala do presidente provocou queda no valor das ações do BB e levou a uma imediata comparação com o período dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff.
Nas gestões de Lula e de Dilma, o Palácio do Planalto pressionava e determinava aos bancos públicos a redução das taxas de juros para baratear o crédito. A interferência gerou prejuízo em algumas operações dos bancos no período.
DEBATE INTERNO – Segundo um assessor presidencial, o pedido de Bolsonaro até poderia ser discutido internamente no governo – até porque o presidente tem, conforme esse assessor, todo direito de discutir o assunto –, mas, quando leva o tema a um debate público, acaba suscitando a discussão de que o governo de agenda liberal na economia estaria interferindo nos rumos de bancos públicos.
No caso do Banco do Brasil, há ainda o agravante de ser uma instituição com ações na Bolsa de Valores. Ou seja, não é só o governo que é acionista do BB, mas há também investidores privados, que aplicam dinheiro no banco, que são prejudicados por declarações do governo.
INTERFERÊNCIAS NO BB – Esta é a segunda vez, em uma semana, que o presidente interfere no Banco do Brasil. Na semana passada, uma peça publicitária da instituição foi retirada de veiculação porque Bolsonaro não gostou do conteúdo. O caso levou, inclusive, a uma decisão do Planalto de, inicialmente, determinar que todas as estatais submetessem suas publicidades ao crivo da Secretaria de Comunicação da Presidência.
Depois, o governo recuou, porque a Lei das Estatais proíbe este tipo de interferência. Ficou, porém, o desgaste. E, nos bastidores, o recado do Palácio do Planalto para que os dirigentes das estatais não autorizem publicidades que possam contrariar o presidente da República.

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