Na pauta de reivindicações, classe afirma que preço mínimo do frete não
está sendo cumprido e pede revisão do mecanismo de aumento do preço dos
combustíveis:
O governo já identificou sinais e movimentações de caminhoneiros no
país que ameaçam dar início a uma nova paralisação. Os motoristas
entendem que os principais compromissos assumidos pelo governo Michel
Temer para encerrar a greve dos caminhoneiros em 2018 não estão sendo
cumpridos.
Os monitoramentos são feitos pelo Gabinete de Segurança Institucional
(GSI), que tem por missão se antecipar aos fatos para evitar problemas
para o governo. As investigações apontam que teve início uma articulação
por meio de mensagens de WhatsApp, que já começam a falar em
paralisações para o dia 30 de março.
O governo quer evitar, a todo custo, que qualquer tipo de paralisação
aconteça. Não quer, nem de longe, imaginar que pode enfrentar o mesmo
problema que parou o País no ano passado.
Os primeiros dados são de que, neste momento, o movimento não tem a
mesma força percebida no ano passado, mas há temor de que os
caminhoneiros possam se fortalecer e cheguem ao potencial explosivo da
última greve. Dentro do Palácio, o objetivo é ser mais ágil e efetivo e
não deixar a situação sair de controle por ficarem titubeando sobre o
assunto, como aconteceu com o ex-presidente Michel Temer, no ano
passado.
Conversas com a Casa Civil
Na semana passada, Wallace Landim, o Chorão, presidente das
associações Abrava e BrasCoop, que representam a classe de
caminhoneiros, teve reunião com o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx
Lorenzoni. Chorão também teve encontro com a diretoria da Agência
Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e, ontem, se reuniu com o
secretário executivo do Ministério da Infraestrutura, Marcelo Sampaio.
Segundo Landim, os ministros disseram que, até a próxima semana, o
próprio presidente Jair Bolsonaro deve se manifestar sobre os pedidos
dos caminhoneiros. Na pauta de reivindicações da classe estão alguns
pleitos.
O primeiro pedido diz respeito ao piso mínimo da tabela de frete. Os
caminhoneiros reclamam que as empresas têm descumprido o pagamento do
valor mínimo e cobram uma fiscalização mais ostensiva da ANTT. A
agência, segundo Landim, prometeu mais ações e declarou que já fez mais
de 400 autuações contra empresas.
O segundo item da pauta é o preço do óleo diesel. Os caminhoneiros
querem que o governo estabeleça algum mecanismo para que o aumento dos
combustíveis, que se baseia em dólar, seja feito só uma vez por mês, e
não mais diariamente.
Wallace Landim afirma que não é a favor de uma paralisação no próximo
dia 30, porque acredita que o governo tem buscado soluções, mas diz que
“o tempo é curto” e as mudanças estão demorando. “Não acredito que deva
ocorrer greve no dia 30, mas paralisações não estão descartadas.
Estamos conversando.”
Por meio de nota, o Ministério de Infraestrutura declarou que, no
Fórum dos Transportadores Rodoviários de Cargas realizado ontem, esteve
reunido com lideranças do setor e ouviu as demandas. O governo confirmou
que tratou do piso mínimo, pontos de paradas e descanso e o preço do
óleo diesel. (Gazeta do Povo).
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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