O segmento de utilitários-esportivos compactos anda cada vez mais concorrido. Nos últimos meses, novos modelos chegaram para disputar espaço, como o Volkswagen T-Cross e o Citroën C4 Cactus (leia nas páginas 4 e 5). E diante desse movimento o Honda HR-V segue desvencilhando-se das investidas dos rivais.
Testamos a versão EXL, segunda opção mais sofisticada do jipinho japonês – acima dela apenas a Touring, mas que está fora de catálogo para retornar com motor turbo no segundo semestre.
E enquanto isso não acontece, o HR-V segue praticamente como veio ao mundo em 2015. O motor 1.8 de 140 cv é um veterano, mas mostra-se eficiente graças à transmissão do tipo CVT, que dedica-se a trabalhar de forma eficiente, mesmo quando o motorista assume o controle das marchas, por meio das borboletas.
O jipinho aguarda o condutor esquecer seu afã por performance e rapidamente restabelece o controle da transmissão, buscando deixar o giro sempre abaixo dos 1.500 rpm. O resultado desse controle é o bom consumo, na casa dos 11,3 km/l.
Plástica
No ano passado, o HR-V passou por uma leve plástica nos para-choques, grade, e recebeu filetes de LED nos faróis e nas lanternas. De resto, é o mesmo carro.
Ele não oferece quadro de instrumentos digital como seus rivais modernos. Pelo contrário! Tem instrumentação trivial, com um computador de bordo bastante comedido. Por outro lado, é um automóvel que acolhe motorista e passageiros com um nível de conforto superior ao da grande maioria de seus rivais. Não faltam revestimentos em couro e material emborrachado.
São elementos que conquistam a simpatia do consumidor e agrega valor. Afinal, estamos falando de um automóvel de R$ 108.500. Um valor que demanda refinamento no acabamento.
Com quatro anos de mercado, o HR-V segue no topo do ranking de vendas, junto com seu contemporâneo, o Jeep Renegade. Este ano, o japonês ocupa a terceira posição na lista de emplacamentos, segundo a Fenabrave.
Entre janeiro e fevereiro foram 7.923 unidades licenciadas, contra 9.488 do Renegade e 8.480 do irmão Compass. No entanto, 3.397 das vendas do jipinho pernambucano foram no modelo de venda direta, que não é o consumidor comum, enquanto o japonês destinou apenas 384 unidades nesse modelo. Imagine se fosse mais barato!
Raio-x Honda HR-V EXL 1.8
O que é?
Utilitário-esportivo (SUV) compacto de cinco lugares.
Onde é feito?
Produzido na unidade Sumaré (SP).
Quanto custa?
R$ 108.500
Com quem concorre?
O HR-V, na versão EXL, concorre com Citroën C4 Cactus Shine 1.6 (99.990), Chery Tiggo 5x TXS 1.5 (R$ 96.990), Chevrolet Tracker Midnight 1.4 (R$ 106.290), Ford EcoSport Titanium 1.5 (R$ 103.890), Jeep Renegade Limited 1.8 (R$ 105.990), Hyundai Creta Prestige 2.0 (R$ 104.990), Nissan Kicks SL Pack Tech 1.6 (R$ 102.390), Peugeot 2008 Crossway 1.6(R$ 91.990), Renault Captur Intense 2.0 (R$ 91.690), Volkswagen T-Cross Highline 1.4 (R$ 109.990)
No dia a dia
Segue o mesmo padrão de conforto e comodidade dos demais modelos da marca japonesa. A boa qualidade do acabamento (com forração em couro nos bancos, portas e console central, além de material emborrachado), a construção e o isolamento acústico (que anula boa parte do ruído externo) fazem do HR-V um automóvel extremamente acolhedor.
Trata-se de um carro que oferece ótimo comportamento tanto no uso citadino quanto no rodoviário. O jipinho tem ótima posição de dirigir. Com 4,32 metros de comprimento e 2,61 de distância entre-eixos, não falta espaço para quatro ocupantes, e com lotação máxima, fica apertado, mas não insuportável. O porta-malas também é generoso, com 437 litros.
Um dos poucos inconvenientes do HR-V é o local das portas USB, num “pavimento” inferior do console, que tem acesso pouco prático.
Conteúdos
O pacote de conteúdos conta com direção elétrica, ar-condicionado digital (de apenas uma zona), multimídia (com câmera de ré, duas portas USB, conexões Apple CarPlay e Android Auto, Bluetooth e navegador GPS), trio elétrico (travas, vidros e retrovisores elétricos), freio de estacionamento elétrico, rodas de liga leve aro17 e faróis de neblina.
Motor e transmissão
O motor 1.8 de 140 cv e 17,0 mkgf de torque é um velho conhecido dos consumidores Honda. A unidade já equipou o Civic no passado e agora é única opção no HR-V. Eficiente, o motor casou bem com a transmissão do tipo CVT, que emula sete marchas no modo sequencial. Mas o conjunto se destaca mesmo é pela suavidade, baixo nível de vibração e ruído, privilegiando o conforto a bordo.
Como bebe?
Abastecido com álcool, a unidade testada registrou média de 11,3 km/l no combinado entre trajeto urbano e rodoviário.
Suspensão e freios
A suspensão utiliza conjunto McPherson na frente e eixo rígido atrás. O acerto entrega boa estabilidade, sem prejudicar o conforto interno. Os freios contam com discos ventilados nas quatro rodas, com função Auto Hold que mantém as pinças pressionadas mesmo sem o pé no pedal. Ele oferece controle de estabilidade (ESP) e assistente de partida em rampa (Hill Holder).
Pontos positivos
Acabamento
Consumo
Conforto
Pontos negativos
Preço
Acesso ruim das portas USB