MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 28 de março de 2019

“População precisa saber que tem também obrigações, e não só direitos”


O general quer o apoio dos brasileiros para aprovar a reforma da Previdência

Tribuna da Bahia, Salvador
28/03/2019 09:22 | Atualizado há 10 horas e 14 minutos
   
Foto: Reprodução

Em discurso a empresários na sede da Federação das Indústrias de São Paulo, a Fiesp, na tarde de ontem, o vice-presidente da República, o general da reserva Hamilton Mourão, disse que a população também precisa ter responsabilidades e obrigações, não apenas direitos. O general quer o apoio dos brasileiros para aprovar a reforma da Previdência. Em apenas 29 minutos de fala, Mourão foi interrompido seis vezes por aplausos ao defender a redução da carga de impostos para as empresas; a diminuição das leis trabalhistas, e a proteção da indústria brasileira contra a competição internacional.
"Temos que colocar na cabeça das pessoas que abdiquem da ideia de que o Estado pode tudo. 'Não, roda a maquininha lá e produz o dinheiro'. Convencer a população de que eles também têm obrigações, e não apenas direitos. Temos que trabalhar isso dentro do nosso Congresso", disse o vice-presidente, ao defender a necessidade de ganhar apoio da população para aprovar a reforma no Legislativo.
Aos empresários paulistas, Mourão criticou os reajustes automáticos do salário mínimo e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a pessoas com deficiência; e disse ainda que o Ministério da Educação (MEC) precisa de um "freio de arrumação". O encontro com o empresariado paulista não é o primeiro do vice-presidente neste mês. No dia 23 de março, Mourão foi à Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs). E, no dia 19, encontrou-se com empresários em Brasília numa atividade do Lide, a empresa de eventos do governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
A sede da Fiesp é um dos prédios mais icônicos da avenida Paulista, no centro da capital - a construção em formato de pirâmide tornou-se ainda mais famosa em 2015 como a casa de um enorme pato amarelo inflável. Usado inicialmente numa campanha contra aumento de impostos, tornou-se depois um dos símbolos do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). A fala de Mourão foi no Teatro Popular do Sesi, no subsolo, e foi acompanhada por quase 700 pessoas. A maioria era de empresários da indústria. O evento na Paulista era uma reunião conjunta das diretorias da Fiesp e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp). Mourão deixou o local e foi um dos primeiros a chegar a um jantar na casa do empresário e político Paulo Skaf (MDB), presidente da Federação paulista e terceiro colocado na disputa pelo governo paulista nas eleições de 2018.
Lá, recebeu junto com o emedebista uma plateia ainda mais seleta: trinta dos maiores empresários do país, em diferentes ramos de atividade. Compareceram João Carlos Saad, do grupo Bandeirantes de comunicação; David Feffer, do grupo Suzano (papel e celulose); Luiz Carlos Trabuco, do banco Bradesco; Luiz Pretti, da Cargill (agricultura); Victorio de Marchi (co-presidente da Ambev); e o ex-deputado Flávio Rocha (dono da Riachuelo), entre vários outros.
O contingente dos não-empresários incluiu o secretário de Fazenda de SP e ex-ministro, Henrique Meirelles, e o ex-ministro do STF Nelson Jobim, além do maestro João Carlos Martins. O ex-candidato presidencial Levy Fidelix também foi: ele é o chefe do PRTB, partido de Mourão. Na Fiesp, o general alternou momentos em que lia, com outros nos quais falou de improviso. Arrancou risos duas vezes.
"Eu li aí, há um tempo atrás, que um primeiro-ministro da França assim declarou: 'Sim para a economia de mercado, não para a sociedade de mercado'. Ministro Jobim (que estava na plateia), eu lhe pago uma viagem grátis para a Coreia do Norte se o senhor me explicar o que é isso daí", disse Mourão para descontrair. A frase é atribuída ao ex-premiê francês Lionel Jospin (1997-2002).

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