A felicidade da ONU é para os fortes. Deve estar aí a explicação para o
fato de que Dilma, a feliz testa de ferro do maior assalto da história,
continua solta por aí. Coluna de Guilherme Fiuza, via Gazeta do Povo:
O Brasil despencou no ranking de felicidade da ONU. Encontra-se agora
16 posições abaixo da que estava quando Dilma Rousseff ainda era
presidente. A felicidade da ONU é para os fortes.
Deve estar aí a explicação para o fato de que Dilma, a feliz testa de
ferro do maior assalto da história, continua solta por aí. Só pode ser a
proteção invisível do escudo inexpugnável da felicidade. Desde que ela
foi deposta, o bom observador notou a escalada da tristeza nacional
refletida nos olhos marejados da ONU – especialmente enquanto a entidade
soltava, por meio daqueles seus diligentes subcomitês, os alertas
internacionais “Lula livre”.
É muito triste mesmo você usar a sua milionária máquina burocrática
em favor de um ladrão simpático – e absolutamente honesto – para, no
final das contas, constatar que ele continua vendo o sol nascer
quadrado. O novo relatório da ONU deveria trazer na capa uma epígrafe
sintetizando a filosofia da esperança que nunca morre: “A chave da
felicidade está logo ali, na mão do carcereiro”.
Faltou a epígrafe, mas o Brasil não tem do que se queixar em relação a
essa organização amiga dos amigos, companheira dos companheiros. A ONU
fez tudo que estava ao seu alcance para ver os brasileiros felizes –
particularmente aquele mesmo ladrão simpático, picareta do coração, que
quando ainda não estava em situação de xadrez andou se encontrando por
aí com uns ovos voadores muito mal-educados.
Foi quando Dilma, a nossa última musa da felicidade, alertou a ONU
com uma sagacidade quase profética: o ônibus do Lula ia passar por uma
área perigosa do Paraná e ela estava preocupada com o que poderia
acontecer… Vejam o que é a intuição de uma mulher sapiens. Não deu
outra: em lugar dos ovos, tiros atingiram um ônibus da caravana petista –
não o que levava o ex-presidente, por coincidência – e mesmo ninguém
sabendo dizer onde, quando, por que ou como aquilo aconteceu, a ONU
avisou ao mundo, praticamente em tempo real, que tentaram matar o Lula.
O atentado mais misterioso da história, sem uma única testemunha,
virou manchete no mundo inteiro como uma ameaça à democracia brasileira
em ano de eleição presidencial. No centro de tudo, a vítima das vítimas,
o pobre milionário mais querido do planeta, o filho do Brasil e enteado
da ONU que queria ser candidato para não ser preso. Cada um com seu
projeto de felicidade.
Durante a eleição, um dos adversários do PT, mais especificamente o
candidato que liderava as pesquisas, foi esfaqueado em praça pública.
Dessa vez, a testemunha do atentado era todo mundo – dava até para ver a
lâmina entrando e saindo da barriga por vários ângulos. Mas a tentativa
de assassinato deve ter coincidido com o dia de folga da ONU: ela só
foi se manifestar sobre o assunto umas 24 horas depois, dizendo
basicamente que aquilo não se faz (poderia pelo menos ter explicado que
lugar de faca é na cozinha, mesmo que isso não esteja previsto na
Convenção de Genebra).
Estardalhaço em tempo real não é para qualquer um – só com amor de mãe e aviso da Dilma, a musa da felicidade.
Vale dizer, a propósito, que depois do impeachment a ONU virou uma
espécie de testemunha ocular da infelicidade brasileira. Reforma
trabalhista acabando com a mamata dos sindicatos? Não interessa. Segundo
a ONU, um golpe elitista e autoritário nos direitos do trabalhador.
Medida de controle fiscal para acabar com a orgia contábil do PT? Nada
disso: segundo a ONU, a PEC do Fim do Mundo ia deixar crianças com fome
nas escolas da periferia.
Como não amar uma entidade dessas, tão dedicada a cuidar
incondicionalmente da felicidade dos seus pilantras de estimação? O que
mais pode desejar um povo do que ser roubado por gente com boas conexões
em Nova York, onde não se perde a ternura jamais?
O que terminou de azedar a situação do Brasil no ranking foi a
retirada do apoio ao ditador gente boa da Venezuela (cujo massacre a ONU
nunca viu mais gordo) e a turnê fracassada de um exilado profissional
do PSOL – estrela cadente da agência internacional de felicidade.
Se os brasileiros fizerem a reforma da Previdência e tirarem suas
contas do buraco, provavelmente serão diagnosticados no ranking da ONU
com depressão profunda. O jeito é continuar fugindo do final feliz.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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