O ingresso do Brasil como membro pleno da Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), tratado entre o
presidente Jair Bolsonaro e o presidente norte-americano Donald Trump na
viagem oficial aos Estados Unidos, deverá atrair investimentos
estrangeiros e pode viabilizar agenda de reformas econômicas
liberalizantes. Essa é a expectativa de analistas que acompanham as
relações políticas, econômicas e comerciais entre os dois países. Para
Diego Bonomo, gerente-executivo de assuntos internacionais da
Confederação Nacional da Indústria (CNI), “entrar na OCDE ajuda a
acelerar o processo de reformas internas, no sentido de modernização e
abertura da economia, porque que nos vincula internacionalmente a um
tratado”. “A participação na OCDE é um selo para os países de que são
economias estáveis, de baixo risco, e mais propensos a receber
investimento estrangeiro”, compara Bonomo. Guilherme Casarões, professor
da Escola de Administração de Empresas da FGV em São Paulo, concorda e
pondera que estar na OCDE “significa aderir a um conjunto de práticas
públicas e instrumentos de gestão que podem ser positivos para o
Brasil”. Fernando Ribeiro, da área de comércio exterior e investimentos
do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), assinala que a
entrada na OCDE é “uma decisão geopolítica” e que tem como consequência
“cumprir uma lista longa de requisitos” e poderá trazer como benefício
“recuperar o grau de investimento”. A OCDE tem recomendações e
protocolos sobre governança corporativa, combate à corrupção,
transparência pública, tributação, defesa da concorrência, investimentos
de empresas multinacionais, a produção e comércio de aço, agronegócio,
derivados químicos, economia digital, entre outros. Casarões pondera, no
entanto, que por causa dessas diretrizes a entrada na OCDE não é uma
unanimidade entre especialistas. “O grande dilema que a gente enfrenta é
se queremos ser um soldado fiel de um conjunto de boas práticas ou se
queremos ter autonomia decisória para fazer uma política que não esteja
no repertório da OCDE”, descreve ao ressalvar que a eventual adesão “não
tem o caráter das condicionalidades impostas pelo FMI”.
Agência Brasil
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