MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 23 de março de 2019

Cerca de 21% da frota de caminhões na Europa está parada por falta de motoristas


BLOG DO CAMINHONEIRO


O número acima é alarmante, e faz parte de um dos relatórios mais completos já realizados na Europa sobre a escassez de motoristas. Os dados foram obtidos em uma pesquisa do IRU (International Road Transport Union), realizada entre outubro de 2018 e janeiro de 2019, que aponta que cerca de 21% da frota de caminhões da Europa está parada por falta de motoristas. No setor de transporte de passageiros, o número chega aos 19%.
Boris Blanche, Diretor Geral da IRU, afirmou que “O setor de transporte precisa tomar medidas imediatas e decisivas para combater a escassez de motoristas. Se não for controlada, terá sérias implicações para a economia de toda a Europa, e levará ao aumento dos custos para empresas, consumidores e passageiros.
A pesquisa também apontou que 80% dos caminhoneiros europeus que atualmente trabalham empregados mostram satisfação plena com o trabalho.
A pesquisa fez uma série de questionamentos à empresas e caminhoneiros por toda a Europa, que apontou ainda que a maioria dos caminhoneiros acha que o problema da escassez de motoristas se origina da má reputação que a profissão de caminhoneiro tem.
Outro ponto importante é que as mulheres não querem trabalhar como motoristas na Europa. Apenas 2% do total de motoristas do continente é do sexo feminino. Isso é explicado por uma série de fatores, como preconceito e falta de infraestrutura nas rodovias para as mulheres.
Também não há interesse dos jovens em entrar na profissão. A grande maioria dos motoristas de caminhão na Europa já tem mais de 50 anos de idade, e irão se aposentar em breve. Caso não aconteça nenhuma mudança no cenário da falta de motoristas, o total de caminhões parados por falta de motoristas pode chegar a 40%.
Outro ponto que afasta potenciais candidatos a motoristas de caminhão é o tempo que se passa longe de casa, e as dificuldades encontradas na estrada, como os locais de descanso.
“Um esforço global deve ser feito para lidar com as percepções erradas e negativas sobre a profissão, e para melhorar a imagem do caminhoneiro. Além disso, todas as partes interessadas da indústria de transportes devem agir para melhorar as condições de trabalho no setor. O tratamento dado aos motoristas deve ser melhorado, com infraestrutura e instalações adequadas”, completa Boris Blanche.
De acordo com Boris Blanche, a indústria de transportes na Europa deve ter uma política de recrutamento de jovens e mulheres mais inclusiva.
A IRU continuará a coletar dados e aumentar a abrangência da pesquisa para entender melhor o que está acontecendo no setor de transportes da Europa. Também será criada uma Rede de Mulheres no Transporte, visando atrair mais mulheres para a profissão, com a criação de melhores formas de recrutamento, melhora da infraestrutura, e premiações para as caminhoneiras e para as empresas que contratarem mulheres.
“A escassez de motoristas já está criando sérias dores de cabeça para os operadores de transportes, impactando as pessoas e empresas que dependem de seus serviços. Infelizmente, isso só deve piorar. Não devemos nos enganar pensando que a automação resolverá esse problema. Ainda há um caminho a ser percorrido até que a indústria de transporte rodoviário veja a automação completa, e a adoção parcial que estamos testemunhando exigirá uma força de trabalho considerável com um conjunto de habilidades cada vez mais diversificado. Isso torna a necessidade de ação decisiva para atrair novos talentos ainda mais imediatamente”, disse Matthias Maedge, delegado geral da IRU.
A IRU tornou a escassez de motoristas uma das suas principais prioridades para 2019. A entidade trabalha com partes interessadas, públicas e privadas, como governos nacionais, autoridades locais e parceiros sociais e da indústria para encontrar soluções para enfrentar a crise iminente.

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