MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 25 de março de 2019

Centrão faz coro a Rodrigo Maia e ameaça com rebelião no Congresso


Deputados disseram que vão recusar a oferta de cargos nos Estados e preparam novas derrotas para o Executivo no plenário do Congresso, nos próximos dias

Tribuna da Bahia, Salvador
25/03/2019 11:15 | Atualizado há 8 horas e 45 minutos
   
Foto: Extra Online

As críticas do presidente da Câmara Federal, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), à articulação política do governo Bolsonaro para a votação da reforma da Previdência ganhou o apoio de íderes do Centrão, que já estavam irritados com o Palácio do Planalto. Deputados disseram esse final de semana que vão recusar a oferta de cargos nos Estados e preparam novas derrotas para o Executivo nos próximos dias. Nessa linha, o primeiro enfrentamento deve acontecer nesta terça-feira, durante sabatina do ministro da Economia, Paulo Guedes, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Deputados do bloco encabeçado por PP, PR, PTB e PRB avisaram a representantes do governo na Casa que pretendem abandonar a sessão, abrindo espaço para a oposição sabatinar o ministro responsável pela proposta da reforma da Previdência.
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Parlamentares também buscam apoio para derrubar a isenção de visto para americanos, anunciada na última semana pelo presidente Jair Bolsonaro durante viagem a Washington. A ideia ganhou força durante a semana e chegou a ser levada a Rodrigo Maia. Ele, no entanto, pediu aos deputados para esperarem alguns dias para que o clima pesado visto no Congresso pudesse diminuir, o que não ocorreu. A gota d'água, segundo parlamentares, foi a declaração de Bolsonaro em uma live direto do Chile, em que atribuiu a prisão de Michel Temer à "sintonia fina" que o ex-presidente mantinha com o Congresso.
O deputado Domingos Neto (PSD) resumiu a insatisfação ao afirmar que o governo não pode ter uma atitude nas redes sociais e outra ao sentar para conversar. "As negociações estão paralisadas. Enquanto o governo não mudar a forma de articular, não há acordo", afirmou. Em um movimento orquestrado, coordenadores das bancadas regionais comunicaram a suspensão das negociações por cargos no governo. As conversas vinham se arrastando nas últimas duas semanas. "Toda a bancada está pronta para ajudar o governo, mas o governo precisa se ajudar, porque está muito bagunçado. Hoje, no Congresso, é preocupante a situação que está a interlocução", disse Neri Geller (PP-MT).
Reação
Articuladores políticos do governo Bolsonaro tentavam atuar como "bombeiros" na crise. O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, buscou deputados do PSL para organizar o discurso. Já a líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), tentou apaziguar o clima ruim entre Maia e o governo. "Nós estamos em um ponto de reatar a relação", disse ela, após se encontrar com o presidente da Câmara. Joice e Onyx buscam agendar um encontro entre Maia e Bolsonaro para este fim de semana.
Redes sociais
No sábado, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse que não usa as redes sociais para agredir ninguém. A afirmação foi feita após jornalistas informarem ao deputado que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse, minutos antes, que Maia “está se comportando dessa forma um tanto quanto agressiva”. “Eu vivo num país democrático, e dentro daquilo que vocês me perguntam, e que a sociedade me demanda, eu falo o que acredito. Sem nenhum tipo de agressão a ninguém, né. Até porque eu não uso as redes sociais para agredir ninguém. Eu uso as redes sociais para dar informação aos meus eleitores, à sociedade brasileira. Assim tenho me portado desde que assumi meu primeiro mandato de deputado federal e na Presidência da Câmara”, disse Maia.
O deputado viajou a São Paulo no sábado para almoçar com o governador do estado, João Doria (PSDB), e seu vice, Rodrigo Garcia (DEM), na casa do tucano, nos Jardins, bairro nobre da capital paulista. Minutos antes de Maia dar entrevista aos jornalistas, o presidente Bolsonaro disse, ao embarcar para o Brasil, em Santiago, que nunca criticou o deputado. “O Brasil é maior do que todos nós. O Rodrigo Maia, eu nunca o critiquei, eu não o critiquei. Nas redes sociais eu não o critiquei. Não sei por que ele de repente está se comportando dessa forma um tanto quanto agressiva”, disse. Durante entrevista, Maia disse que não quer falar sobre desgaste que sua relação com o Palácio do Planalto sofreu nos últimos dias. "Estamos olhando para frente", disse. Porém, ao ser informado por jornalistas da frase de Bolsonaro em Santiago, respondeu: “Você pode pesquisar os meus tuítes e os tuítes do presidente e do entorno do presidente para você ver quem está sendo agredido nas redes sociais. Aí você vai poder chegar à conclusão que há uma distorção na frase do presidente”.
Após o almoço convocado pelo governador João Doria em sua casa no sábado, o tucano afirmou que apoia “incondicionalmente” a conduta e a liderança de Maia no processo de aprovação da reforma da Previdência. “Apoiamos e confiamos plenamente na conduta, trabalho e relevância do deputado Rodrigo Maia como presidente da Câmara Federal e como líder para a aprovação da Reforma da Previdência.” Doria também disse que é importante que o governo Bolsonaro “compreenda a importância de uma relação harmônica com os poderes”. “Começando pelo poder legislativo, mas também com o poder Judiciário, e os membros do Executivo, onde se destacam os governadores do Brasil.” DO G1 E AGENCIA ESTADO

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