Bahia recupera liderança na produção de cacau
perdida para o Pará na safra passada, mas está vendo produtores de
outros estados passando na frente em qualidade do produto. A safra
anterior de cacau na Bahia chegou a 122,5 mil toneladas, segundo o IBGE,
o que devolve a liderança ao estado.
Mas o 1º Concurso Nacional de Cacau Especial Qualidade e
Sustentabilidade, realizado em Ilhéus no dia 22, mostrou que fazendeiros
do Espírito Santo e do Pará estão conseguindo um produto de alta
qualidade para rivalizar com a Bahia.
Na categoria varietal, o vencedor foi o clone FJ02 de Márcia Fonseca,
da Fazenda Santa Clara, que fica em Linhares (ES). Na blend, que mistura
variedades, o campeão foi Ervino Gutzeit, da Fazenda Panorama, de
Uruará (PA).
Na primeira categoria, o segundo lugar ficou com o baiano Rogério Kamei
e seu clone BN34, seguido do pioneiro em cacau de qualidade no país,
João Tavares (foto), que apresentou sua variedade catongo. João Tavares
já venceu o Salão do Chocolate de Paris duas vezes.
Etapas do concurso
O concurso começa com uma avaliação fisicoquímica em laboratório, junto
com uma análise sensorial do líquor. Depois, as melhores amêndoas são
escolhidas por um juri que inclui a chef Helena Rizzo, a sommelier
Carolina Oda e o produtor de chocolate Diego Badaró.
O cacau dos participantes do concurso (foram 53 neste ano) é vendido
como commodity, mas também é usado para produzir chocolates de origem.
As amêndoas dos 6 primeiros, mais dois lotes escolhidos pela Ceplac,
seguem para a França.
Lá, passarão por análises rigorosas para representar o Brasil no Salão
do Chocolate de Paris, de 31 de outubro a 3 de novembro. Em 2017, Emir
de Macedo Gomes Filho foi premiado em Paris. Hoje, sua esposa Márcia
Fonseca pode repetir o feito, depois de vencer em Ilhéus.
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