O presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia
Federal (ADPF), delegado Edvandir Paiva, disse hoje (22), que não houve
qualquer espetacularização nas prisões do ex-presidente Michel Temer e
do ex-ministro Moreira Franco, pela Operação Descontaminação, na manhã
de ontem (21). Paiva assegurou que detalhes das ações não foram
repassados para jornalistas por agentes da PF. “Não há como fazer um
trabalho público escondido da sociedade. Posso assegurar que a imprensa
não foi convidada para participar da deflagração da operação por alguém
da PF, e se houve algum tipo de vazamento para a imprensa, tem que
apurar e punir”, disse, ao ser perguntado a respeito da cobertura
jornalística feita ao longo da manhã, desde a prisão de Temer, a
primeira a ser cumprida nesta quinta-feira (21). A declaração foi dada
após um encontro com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio
Moro, em Brasília. Paiva disse que a ação da Polícia Federal não foi
tratada na reunião, que durou pouco mais de meia hora. “É uma atuação
regular das instituições. O ministério não tem como intervir ou
direcionar ações, apenas coordena a Polícia Federal, mas não intervêm
tecnicamente”, disse. Segundo o delegado Edvandir Paiva, o principal
assunto com Sergio Moro foi o Projeto Anticrime, em tramitação no
Congresso Nacional. A ADPF formalizou o apoio ao texto e pediu empenho
do Parlamento para que a proposta com medidas de combate à corrupção
avance. “O importante é que tramite. O Congresso Nacional tem toda
autonomia para fazer alterações no projeto, mas que ele não fique parado
como ficou a proposta de emenda à Constituição (PEC) da autonomia da
PF, parada há dez anos”, disse. O projeto sobre a estrutura da entidade
está sob análise desde 2009. Tema interno, a autonomia da Polícia
Federal foi defendida por Paiva, assim como problemas de quadro de
pessoal. De acordo com o delegado, hoje a Polícia Federal tem mais de 10
mil cargos e outros 4,5 mil estão vagos. Paiva pediu apoio do ministro
para que aprovados no último concurso para o órgão sejam chamados até o
próximo ano. “Pedimos apoio junto ao Ministério da Economia. Sabemos que
tem um problema fiscal no Brasil, mas é necessário resolver o problema
de quadro. Polícia Federal não é gasto. É investimento. É preciso repor
os quadros da PF, senão a capacidade investigativa da polícia fica
comprometida”, defendeu.
Agência Brasil
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