Em sua coluna das quartas-feiras, Carlos Brickmann afirma não acreditar que o STF mude de posição diante da nova patranha de Lula e seu exército de advogados:
A defesa de Lula pediu ao Supremo que ele seja libertado, alegando
que ao aceitar o convite de Bolsonaro para ocupar um ministério, o juiz
Moro confirmou sua parcialidade. O ministro Edson Fachin distribuiu o
pedido para a Segunda Turma, composta por ele mesmo, Gilmar Mendes,
Ricardo Lewandowski, Celso de Mello e Carmen Lúcia. Quais as chances?
Aparentemente, não muitas. Quando Moro condenou Lula a nove anos e
meio, em 2017, ninguém via em Bolsonaro um candidato viável. O Tribunal
aumentou a sentença para doze anos e um mês. E os desembargadores João
Pedro Gebran, Leandro Paulsen e Victor Luíz dos Santos Lau ordenaram a
Moro que prendesse Lula. Em resumo, ele não é o responsável pela prisão.
Só cumpriu as determinações de seus superiores.
Não é a primeira vez que a defesa de Lula tenta libertá-lo. Uma das
iniciativas anteriores foi barrada porque o assunto tinha sido debatido
pelo plenário do Supremo. O STJ negou habeas corpus para Lula. E o STF
indeferiu os recursos que impediriam a prisão de Lula.
Claro que tudo pode acontecer. A Segunda Turma do Supremo incluía o
ministro Dias Tóffoli, que hoje é o presidente do Supremo. Carmen Lúcia
passou para a Segunda Turma. Estará disposta a lutar pela liberdade de
Lula? Tóffoli, que tinha ótimas relações com o PT, votou contra Lula. É
esperar – mas este colunista não acredita que o Supremo mude de posição.
Um sonho impossível
A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffman, diz que “o mundo está
chocado” com a nomeação de Sérgio Moro para o Ministério da Justiça. Mas
não é bem assim: de acordo com o levantamento da Paraná Pesquisas,
82.6% dos eleitores apoiaram a nomeação de Moro. Houve 24,6% que acharam
errada a escolha do juiz. E 2,8% não souberam responder.
Explicando-se
Em sua primeira palestra após ser escolhido por Bolsonaro, Sérgio
Moro explicou como decidiu trocar a vida de juiz pela de ministro.
Palestrou anteontem na Federação das Indústrias do Estado do Paraná, e
disse que, quando a corrupção é sistêmica, abala a confiança dos
cidadãos na democracia; entretanto, completou, o hábito da corrupção só
se resolve com mais democracia “Democracia é o único regime em que esses
escândalos podem vir à tona”.
Moro explicou o motivo que o fez aceitar o convite de Bolsonaro.
Disse que passou diversos momentos tensos durante a Lava Jato e, em
muitos deles, achou que gente poderosa iria conseguir dar um fim na
operação.
“Resolvi não ficar esperando o dia em que a boa sorte da Operação
Lava Jato e do juiz Moro iria acabar. Quis, numa posição de poder, junto
com o Governo, Congresso e sociedade civil, avançar, em vez de temer os
retrocessos. É por isso que aceitei o convite”.
Dinheiro a rodo!
O presidente eleito Jair Bolsonaro mostrou que sua campanha custou
bem pouco. E o que sobrou ele mandou doar ao hospital de Juiz de Fora.
Uma bela iniciativa – mas há dinheiro sobrando no partido de Bolsonaro, o
PSL.
Por ter eleito uma belíssima bancada, o PSL recebe algo como R$ 110
milhões em recursos do Fundo Partidário, Verbas públicas, claro:
dinheiro meu, seu – coisa feia!
Coisa grande
Quanto ganham os magistrados do Superior Tribunal Militar? Não há
motivo para queixas: de 29 ministros aposentados, 21 receberam entre R$
113.351,00 e R$ 306.644,00. Naturalmente, informa o excelente site
jurídico gaúcho Espaço Vital (www.espacovital.com.br), com os penduricalhos de praxe.
Só quatro ministros recebem algo como R$ 22 mil mensais. Exatamente o
salário dos ministros da ativa que não recebem penduricalhos.
Trocando em miúdos
Bolsonaro e Temer se encontram hoje em Brasília, no primeiro encontro
após a eleição. Temer, gentil, ofereceu a Bolsonaro um dos palácios
presidenciais. Bolsonaro preferiu optar por seu apartamento – o que é
complicado. Será preciso cuidar da segurança – o que, se optasse por um
dos palácios, seria mais fácil, mais barato e mais seguro. A reunião com
Temer está agendada para hoje, às 16h. Seria interessante que Bolsonaro
optasse por um dos palácios – segurança nunca é demais, especialmente
numa fase política tão agressiva.
Homem certo
O governador eleito de São Paulo, João Doria Jr., escolheu o ministro
Gilberto Kassab para coordenar seu governo, como chefe da Casa Civil.
Uma bela escolha: Kassab é extraordinariamente hábil, conhece política,
tem excelente relacionamento com os políticos em geral.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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