O próximo governo federal anunciou que unirá em um só os ministérios da Agricultura e o do Meio Ambiente em 2019. Sou contra esta fusão. O Brasil se orgulha de ter uma produção agropecuária, das maiores do mundo, que tem compromisso com o meio ambiente e as práticas sustentáveis.
Por outro lado, o Brasil cuida do meio ambiente e tem uma legislação ambiental das mais rigorosas do mundo e é, dentre os países desenvolvidos e em desenvolvimento, o que tem maior área de preservação ambiental. A repercussão que tal medida traria no cenário internacional poderá ser perigosa e restringir mercados para os produtos brasileiros.
Esta fusão concentra no mundo rural o debate ambiental, o que será um grande equívoco. É nos grandes centros urbanos que temos efetivamente desafios ambientais que comprometem a qualidade de vida dos brasileiros.
O Brasil tem tudo para ser a vanguarda, dentre os países, da chamada nova economia, economia verde ou economia de baixo carbono, e esta iniciativa de fusão poderá dar a ideia de que ao invés de protagonizar este novo momento, nós estaríamos fugindo do compromisso ambiental.
A agricultura tem suas regras ambientais muito bem definidas e seguidas pelos produtores rurais. Um dos exemplos disso é que, cada vez mais, gera energia limpa para o País. Chamar toda a questão ambiental para misturar com a agricultura dá um grau de exposição à agricultura.
Essa fusão passa a impressão de que a agricultura é vilã do meio ambiente, o que sabemos não ser verdade. Ninguém cuida mais da natureza do que o homem do campo.
Quer seja na lavoura de grãos, quer seja na pecuária, quer seja em todas as suas outras atividades, tem buscado honrar os compromissos ambientais, com uma legislação que é rigorosa. Chamar a atenção disso para a agricultura é um equívoco.
A nossa produção agrícola brasileira ocupa menos de 8% do território nacional para alimentar o Brasil e parte do mundo. Isto é cientificamente provado pela Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos, a Nasa.
O Brasil utiliza apenas 7,6% de seu território com lavouras, somando 63.994.479 hectares. A Dinamarca cultiva 76,8% de sua área - 10 vezes mais; a Irlanda, 74,7%; os Países Baixos, 66,2%; o Reino Unido 63,9%; e a Alemanha 56,9%.
A fusão pode reforçar a ideia de que a agricultura precisa ser fiscalizada pelo meio ambiente, quando sabemos que o mundo contemporâneo exige justamente que eles dialoguem em vez de brigar.
Como deputado federal, estarei em Brasília pelos próximos quatro anos acompanhando de perto essa questão e defendendo sempre o que for melhor para o nosso produtor rural!
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