MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 13 de novembro de 2018

Candidatos à reeleição receberam até dez vezes mais do Fundo Partidário


Charge do Fernando (www.jcnet.com.br)
Dimitrius Dantas
O Globo
Candidatos à reeleição receberam dez vezes mais do que candidatos sem cargo para fazer suas campanhas este ano. O dado foi apresentado no lançamento de uma plataforma do Movimento Transparência Partidária que cruza dados de receitas e despesas registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em média, quem tentava se reeleger levou R$ 611 mil do fundo partidário e eleitoral, enquanto os políticos que não tinham cargo tiveram uma receita de R$ 59 mil.
Em 2018, 1.328 candidatos disputaram a reeleição no Executivo e Legislativo, enquanto 26.055 não concorreram à reeleição. O Movimento Transparência Partidária conta com o apoio de ONGs e movimentos de renovação da política. No evento realizado nesta segunda-feira, dia 12, dois deputados federais eleitos e que fizeram parte da plataforma do RenovaBR deram seus depoimentos sobre a dificuldade em entrar para a política. A ferramenta deve ser disponibilizada ao público em duas semanas.
ANÁLISE – Feito em parceria com uma empresa de tecnologia, a ideia é que permita a descoberta de padrões e irregularidades cometidas durante a campanha. Segundo seus idealizadores, que apresentaram a ferramenta aos técnicos do TSE, uma das possibilidades é a análise aprofundada do papel de candidaturas femininas nas eleições. Apesar da exigência de que 30% do fundo eleitoral e partidário seja direcionado a elas, o Transparência Partidária quer analisar quantas dessas candidaturas serviram apenas de passagem para os valores, repassando para candidatos masculinos.
Líder do Renova, o empresário Eduardo Mufarej afirmou que o Brasil, após a eleição, precisa discutir de forma definitiva seu sistema de financiamento eleitoral. Mufafej citou de Felipe Rigoni (PSB-ES), que estava no evento. Primeiro deficiente visual eleito para o Congresso, Rigoni recebeu R$ 150 mil do seu partido, enquanto o deputado Paulo Foletto, do mesmo partido, recebeu R$ 1,3 milhão. Nas urnas, Rigoni teve quase 30 mil votos a mais do que Foletto. Nas eleições deste ano, o Renova elegeu 16 candidatos dos 103 que se candidataram.
RECURSOS – O grupo, cujo objetivo é formar políticos, anunciou que fará um novo curso apenas para os eleitos, preparando-os para o funcionamento do Congresso Nacional e das assembleias legislativas no estado. O curso deverá ocorrer em duas semanas. Para o advogado e cientista político Marcelo Issa, que apresentou a plataforma do Transparência Partidária, a concentração de recursos em candidatos que já estavam no carro era esperada.
Issa destacou que, além da criação do fundo partidário, outras medidas foram criadas com um objetivo velado de diminuir a renovação, como a diminuição do tempo de campanha.”Mesmo assim tivemos uma renovação muito grande, isso é sintomático de quanto de fato a população anseia por renovação e o sistema político tem que caminhar nesse sentido”, diz.
CRÍTICA – Deputado federal eleito, Vinícius Poit (Novo-SP) também criticou o sistema de financiamento, que limitava a doação por vaquinha a R$ 1064 por dia enquanto outros tipos de contribuições não tinham o mesmo tipo de empecilhos. O candidato, que teve 200 mil votos, citou que o sistema político atual foi moldado para beneficiar campanhas caras, já que exige dos candidatos presença em todo o estado. “Eu tinha 16 deputados estaduais que faziam campanha comigo, até para ter presença em outras regiões. Alguns deles simplesmente não tinha condição de pagar material e eu tive que arcar com esses custos”, explicou.
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