Numa entrevista à Rede Bandeirantes na segunda-feira, o presidente eleito Jair Bolsonaro afirmou que ao assumir o governo vai estabelecer novo sistema de medição para o desemprego do país. A matéria repercutiu e deu margem à excelente reportagem de Marcelo Correa, Daiene Costa e Renan Setti, edição de ontem de O Globo. Para Bolsonaro, a forma com que o IBGE pesquisa o desemprego está errada. Anunciou que vai rever a metodologia adotada tão logo assuma o Palácio do Planalto. A questão do desemprego é fundamental, inclusive influi diretamente no consumo, na receita do INSS, na arrecadação do FGTS.
Para o IBGE a taxa é de 11,9%, o que significa 12,4 milhões de homens e mulheres em busca de se reintegrar no mercado de trabalho e portanto na mão de obra ativa do Brasil. O presidente eleito afirmou:” Vou querer que a metodologia para dar o número de desempregados seja alterado, porque – acrescentou – o que está aí é uma farsa”.
BOLSA FAMÍLIA – Bolsonaro acentuou que aqueles que recebem o Bolsa Família são dados como empregados pelo IBGE. Isto de um lado. De outro os que desistiram de procurar emprego há mais de um ano deixam de ser considerados desempregados. Portanto, a farsa de estende também aos que são afastados da estatística do IBGE, que baseou suas informações na Pesquisa Nacional de Domicílios concluída no dia 30 de setembro.
Os números dessa forma se referem aos primeiros nove meses de 2018. Técnicos e economistas reagiram as acusações de Bolsonaro. O presidente eleito, entretanto, rebateu as restrições e atacou Fernando Henrique Cardoso, acentuando que em seus oito anos de governo botou a Taxa Selic na altura de até 60%. Nós nos endividamos monstruosamente. Para se ter uma ideia do reflexo basta dizer que Lula quando assumiu a presidência, em 2003, uma dívida interna de 600 bilhões de reais. Essa dívida, no entanto atingiu a casa de 3,7 trilhões de reais. Vai exigir um esforço enorme para que seja resgatada parceladamente.
SEM A CPMF – Na mesma entrevista Bolsonaro criticou fortemente o economista Marcos Cintra que anunciou a recriação da CPMF. Se Cintra quiser ir para a oposição, nesse caso saia fora da equipe do governo.
A questão do desemprego, digo eu, é extremamente grave. Porque a estatística oficial focaliza os que perderam emprego. E não considera os jovens que atingem a idade de trabalhar e não conseguem um lugar ao sol no mercado de trabalho.
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