MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Em protesto, motoristas da Itapemirim paralisam viagens


Um grupo de motoristas da Viação Itapemirim decidiu cruzar os braços na manhã e em parte da tarde desta quarta-feira (27), em Itabuna e Vitória da Conquista, no Sul da Bahia, e em São Paulo. A informação foi confirmada pela empresa e por sindicatos. O motivo da paralisação é o atraso no pagamento da primeira de três parcelas do 13º salário. Mais de dez ônibus sofreram atrasos em suas viagens. O movimento, que começou pela manhã, foi encerrado por volta das 14h50 na Bahia. De acordo com o presidente do Sindicato dos Motoristas de Itabuna, Arlensen Nascimento, foi publicado um edital de greve no último dia 21. “O prazo encerraria no dia 24, mas negociamos com a empresa e demos até o dia 26 para eles concluírem o pagamento. Até hoje (dia 27), os trabalhadores só tinham recebido um terço da primeira parcela do 13º. Os trabalhadores passaram o Natal sem 13º e sem pagamento. Fizemos a greve para que eles pagassem os funcionários. Assim que depositaram o restante, liberamos os carros”, afirma.
Segundo Nascimento, a maior dificuldade dos trabalhadores tem sido o atraso no pagamento de salários, tíquetes e quinzenas. “O salário é para pagar dia 5, eles pagaram dia 15. A quinzena deveria ser depositada no dia 20, e eles pagam perto do dia 5. Tem trabalhador dizendo que não recebe tíquete há dois meses. A gente publica edital de greve praticamente mensalmente por causa dos atrasos. A gente acaba penalizando pessoas que não têm nada a ver com a situação, os passageiros. Mas eu não posso deixar o trabalhador ir para a estrada com conta pendente, não sabendo se vai conseguir colocar a comida na mesa dos filhos, pois ele tem responsabilidade sobre vidas humanas”, observa. Em Itabuna, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) esteve no local da paralisação, em um posto de parada da Rede Flecha. De acordo com o diretor do Sindirodoviários no Espírito Santo, Uedilson da Vitória, não houve registro de paralisação no Estado. No entanto, ele afirma que a situação está difícil. “Eles parcelaram o 13º em três vezes, não pagaram o tíquete e nem pagaram o adiantamento. Nas próximas semanas, estamos avaliando fazer uma manifestação por causa dessa situação”, destaca. No último dia 19, o juiz Leonardo Mannarino Teixeira Lopes decidiu afastar da gestão da empresa os atuais sócios da Itapemirim, Camila Valdivia e Sidnei Piva de Jesus. A administradora judicial no processo, Saraiva e Alves Advogados Associados, fica no comando da empresa enquanto a assembleia de credores não deliberar sobre a escolha. O representante da administradora judicial, João Manuel de Sousa Saraiva, foi procurado pela reportagem durante toda a tarde desta quarta-feira, mas não atendeu as ligações. As paralisações também preocupam a Justiça. O magistrado disse, na mesma decisão, que movimentos como o desta quarta-feira podem levar a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) a cassar a concessão de linhas da Itapemirim, colocando em risco o resultado da recuperação judicial. Os sócios da Viação Itapemirim, Camila Valdivia e Sidnei Piva, afirmaram por nota que tinham feito acordos com todos os sindicatos, estabelecendo um cronograma de pagamento da parcela 1 de 3 do 13º salário no último dia 20. “Este ponto foi cumprido por esta gestão. Havia também um acordo de pagamento do adiantamento salarial até o dia 28/12, porém, devido à decisão judicial tomada de forma abrupta, sem ao menos nos dar o direito de defesa, os acordos não estão sendo cumpridos”, informam os sócios. Eles também afirmaram que entraram “em contato com o interventor, tendo em vista as notícias de paralisação nas filiais de São Paulo, Vitória da Conquista e Itabuna, e nos colocamos à disposição para ajudar”. Os empresários salientaram que colaboram “no sentido de orientá-lo, mas a decisão final, claro, é do interventor.” Camila e Sidnei também afirmam que estão “tristes com essa situação, pois sentimos que todo trabalho de reestruturação de 12 meses à frente da empresa está se perdendo”, e pedem desculpas aos passageiros e clientes. “A nós, neste momento, só cabe pedir desculpas a nossos passageiros e pedido de calma para nossos funcionários, pois não mediremos esforços para continuar lutando pela Itapemirim”, concluem. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) informou que não foi acionada. Passageiros que se sentirem lesados podem procurar a ouvidoria do órgão pelo telefone 166, pelo site da agência, pelo e-mail ouvidoria@antt.gov.br ou pessoalmente nos pontos de atendimento. (Gazeta Online)

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