É isso mesmo. O PSDB, apesar da advertência de Fernando Henrique Cardoso, não conseguiu escapar da dualidade, marca registrada de suas decisões e definições. Agora essa prática sombria permaneceu no meio apoio disfarçado, que ofereceu ao presidente Michel Temer, no caso do projeto de reforma da Previdência Social. A Executiva do partido fechou a questão em torno da matéria, mas, ao mesmo tempo anunciou que não vai punir os deputados que divergirem dessa orientação. Incrível. É o mesmo que dizer que alguém é obrigado a fazer alguma coisa, porém se não o fizer nada acontece. O PSDB lembra o platinum paradoxus, animal encontrado na Austrália.
O platinum paradoxus mereceu há tempos uma reportagem da Disney Studios: nasce de ovo mas é mamífero, tem bico de pato e pelo de lontra. Não é anfíbio mas resiste mais de duas horas embaixo d’água, um retrato das contradições dos Tucanos, que, ao mesmo tempo, alçam voo e logo retornam ao piso da prova. O meio apoio a Michel Temer será fatal à legenda nas urnas de 2018.
DIZ FHC – Essa advertência foi diretamente formulada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em entrevista a Flávio Freire e Sílvia Amorim, O Globo desta quinta-feira. FHC sustentou não ser fundamental para o Partido a aliança nacional com o PMDB. Além disso, o efeito Aécio Neves, nas urnas de 2018, prejudica o Partido. Isso de um lado. De outro Fernando Henrique tem dúvidas quanto ao julgamento moral de Michel Temer.
A entrevista deverá repercutir a fundo nas engrenagens e plumas dos Tucanos. O PSDB mais uma vez fica em cima do muro. As urnas, entretanto, vão se encontrar com o eleitorado no desfecho de uma crise que faz desmoronar o Palácio do Planalto.
Triste situação a do PSDB, que venceu duas vezes a presidência da República, mas que depois disso vem de quatro derrotas nos votos de 2002, 2006,2010 3 2014.
LULA DE FORA – Fica registrado na história do Brasil que Lula, hoje na véspera de ter sua condenação confirmada pelo TRF, foi o único político, talvez no mundo a disputar sete vezes a presidência da RepÚblica. Perdeu 3 e venceu 4. Porém, agora, a meu ver não estará entre as opções presidenciais n desfecho de 2018.
Como O Globo, Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo e o Valor publicaram ontem com destaque, o próprio Luiz Inácio da Silva ressaltou que levará sua candidatura à sucessão de Temer às últimas consequências. Assim, por ação tácita, deixou claro esperar sua própria condenação pelo TRF no dia 24 de janeiro. A rapidez da data deixa praticamente a impressão de que a sentença do juiz Sérgio Moro será mantida na 2ª Instância. Isso porque as convenções partidárias para homologar candidaturas têm que se realizar antes de três meses a data do pleito.
ESPAÇO VAZIO – Sem Lula surgirá um espaço vazio na maratona para o Planalto em tempo de alvorada. Tal espaço terá que ser preenchido. O eleitorado lulista passou a se sentir ameaçado. Como poderá substituir o líder condenado? Com Geraldo Alckmin não será.
Em matéria de candidaturas, no meu ponto de vista deve se incluir Joaquim Barbosa, pelo PSB. Essa candidatura tem potencial para crescer. A de Luciano Huck, não. O apresentador afirmou publicamente ter desistido. Mas a revista Veja que se encontra nas bancas disse o contrário.
O enigma permanece.
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