MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 27 de abril de 2013

Doenças respiratórias fazem crescer procura por ambulatórios em Alagoas


Umidade baixa favorece bactérias e vírus causadores dessas doenças.
Especialistas alertam para o risco de automedicação e evolução do quadro.

Rivângela Gomes Do G1 AL

É muito comum se ouvir falar que no Nordeste não existem estações do ano definidas. Em Alagoas, chove no verão, faz sol no inverno e a primavera e o outono passam quase despercebidos. Mas uma coisa dá para sentir na pele: a mudança repentina de temperatura. Quando a quadra chuvosa começa, o clima frio, aliado à baixa umidade, acaba favorecendo a incidência de doenças respiratórias infecciosas, inflamatórias e alérgicas transmitidas pelo ar.
Moradores observam o deslizamento causado pela chuva. (Foto: Jonathan Lins/G1)Quadra chuvosa começou em Alagoas provocando deslizamentos em áreas urbanas (Foto: Jonathan Lins/G1)
Nesta época do ano, as pessoas permanecem mais tempo em um mesmo ambiente fechado, o sistema respiratório fica mais vulnerável e as baixas temperaturas fazem com que a defesa do corpo não funcione como deveria. Esse é o quadro propício a bactérias e vírus causadores das doenças respiratórias. As mais comuns são asma, bronquite, sinusite, rinite, pneumonia, resfriado, meningite e a chamada gripe sazonal, a influenza.
De acordo com Mirtes Melo, médica pneumologista responsável pelo setor de doenças respiratórias do Hospital Escola Dr. Hélvio Auto (HEHA), antigo HDT, todas as pessoas são passíveis de contrair essas doenças, mas algumas estão mais vulneráveis. “Os idosos, as crianças, as pessoas que já possuam algum problema respiratório e as que tenham doenças cardíacas exigem muito do aparelho respiratório”, alerta.
Idosos e crianças formam grupo de risco e precisam redobrar cuidados (Foto: Rivângela Gomes/G1)Idosos e crianças formam grupo de risco e precisam redobrar cuidados (Foto: Rivângela Gomes/G1)
Mirtes Melo explica que existem os cuidados preventivos e os que devem ser tomados pela pessoa já com alguma das enfermidades. “Os cuidados preventivos são aquelas condutas de vida, como ter boa alimentação, não ser fumante, nem ter vida desregrada. Além disso, as pessoas que estejam com alguma dessas doenças precisam lavar sempre as mãos, ingerir muito líquido, evitar cumprimentos táteis e lugares públicos para não exalar o vírus ou bactéria da doença, como o ambiente de trabalho, entre outras coisas”, pontua a pneumologista.
Postos de saúde ficam lotados por causa do aumento nos casos de doenças respiratórias (Foto: Rivângela Gomes/G1)Postos de saúde ficam lotados por causa do
aumento nos casos de doenças respiratórias
(Foto: Rivângela Gomes/G1)
Com a crescente incidência de doenças respiratórias neste período de chuvas, a população recorre com mais frequência às unidades de saúde e a demanda nos postos aumenta. Na Unidade de Pronto Atendimento João Paulo II, no bairro do Jacintinho, já se observa uma elevação de cerca de 30% na procura por tratamento de doenças de ordem respiratória desde a chegada das chuvas.
“Temos recebido muitos casos de asma, bronquite asmática, influenza, insuficiência respiratória e problemas pulmonares. Aqui, fazemos o pronto atendimento emergencial e, quando o caso é mais grave, encaminhamos para o HGE [Hospital Geral do Estado], que possui condições de tratar”, explica o médico especialista em clínica médica, Mauro Guedes, da unidade João Paulo II.
O aumento do número de casos de doenças respiratórias na população faz crescer também a procura por medicamentos em farmácias. Em uma drogaria localizada no bairro do Farol, os estoques são repostos todos os dias. “As pessoas procuram muito por vitamina C, xarope, paracetamol e antigripais. Como esses remédios não precisam de receita para serem comprados, nós vendemos normalmente”, diz o gerente, Clóvis Barbosa.
População acaba recorrendo à automedicação, um risco à saúde, segundo especialistas. (Foto: Rivângela Gomes/G1)População acaba recorrendo à automedicação, um
risco à saúde, segundo especialistas.
(Foto: Rivângela Gomes/G1)
Mas a pneumologista Mirtes Melo alerta para os riscos da ingestão de medicamentos sem prescrição médica. “É muito comum uma pessoa que já tomou determinada medicação recomendá-la a alguém que ficou doente depois, acontece que o organismo de cada pessoa é diferente e a ingestão do remédio pode causar resultados inesperados. Remédio tem que ser tomado com prescrição médica", lembra a pneumologista.
A médica explica ainda que existe o risco de um doença respiratória não tratada ou tratada inadequadamente evoluir para um quadro mais grave. “A gripe, por exemplo, pode evoluir para uma sinusite e inclusive abrir portas para vírus e bactérias causadores de outras espécies de doenças da respiração, como a pneumonia”, revela Mirtes Melo. A pneumologista esclarece também uma confusão muito comum feita pela população. “É comum as pessoas confundirem a gripe com o resfriado porque os sintomas são muito parecidos, mas a diferença é que, em caso de gripe, a pessoa sente febre”, explica.
Em caso de aparecimento de sintomas como dor de cabeça, dor de garganta, coriza, tosse, espirros, falta de ar e mal-estar, que são os mais comuns, as pessoas devem procurar uma unidade de saúde para que seja feito o diagnóstico e prescrito o tratamento adequado.

Vacinação contra a gripe
Segundo Mirtes Melo, a vacinação contra a gripe disponibilizada pelo governo é destinada a grupos específicos justamente porque eles correm maior risco de adquirir uma doença respiratória do que o resto da população e estão mais vulneráveis à influenza.
Idoso recebe vacina em Dia D contra a gripe em Campinas (Foto: Lana Torres / G1 Campinas)Idoso recebe vacina em Dia D contra a gripe
(Foto: Lana Torres / G1 Campinas)
A vacina é ofertada todos os anos porque o vírus da gripe sofre mutação. “A apresentação viral muda todos os anos. A vacina deste ano corresponde ao vírus do ano passado, por isso é importante a imunização de todos sempre que a medicação está disponível”, recomenda.
Este ano, o encerramento da campanha de vacinação contra a gripe, que teve início no dia 15 de abril, foi prorrogado para o dia 10 de maio porque às vésperas do término, previsto para o dia 26 de abril, a meta do Ministério da Saúde ainda não tinha sido atingida.
A campanha deste ano destina-se à vacinação de idosos com mais de 60 anos, gestantes, crianças menores de dois anos, estas necessitando tomar uma 2ª dose da vacina após 30 dias, trabalhadores da saúde, índios e pessoas em cumprimento de pena. Também devem se imunizar pessoas com doenças crônicas e mulheres com até 45 dias após o parto.
A vacina está disponível em todas as unidades de saúde e também em postos de vacinação montados em shoppings e supermercados de Maceió. O objetivo é reduzir os casos de complicação em decorrência da influenza.

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