Segundo a mãe, o parto cesariana demorou acontecer.
Secretaria de Saúde afirma que paciente teve ruptura uterina.
Raquel olha as roupinhas da filha que não pôde
levar para casa (Foto: Tarsira Rodrigues/G1 RR)
Uma família vive um drama com a morte de um bebê antes do parto na Maternidade Nossa Senhora de Nazaré em Boa Vista.
Raquel Modesto de Souza, 18 anos, deu entrada na unidade para dar à
luz a filha no dia 26 de março, mas a criança já estava morta. A
Secretaria Estadual de Saúde informou que a paciente teve uma ruptura
uterina, o que complicou o quadro.levar para casa (Foto: Tarsira Rodrigues/G1 RR)
Segundo a mãe, o motivo que levou ao óbito foi a falta de assistência médica na Maternidade, já que o parto cesariana demorou acontecer.
Ela contou que a equipe médica estava forçando um parto normal. "Eu não podia ter minha filha neste método. Eu disse isso a eles, mesmo assim insistiram". Raquel disse ainda que o parto do primeiro filho foi cesariana e que o segundo também precisava ser, pois segundo ela, possui um histórico de saúde delicado.
Conforme a mãe, ela deu entrada pela primeira vez no dia 24 e os médicos que a atenderam disseram que estava com apenas um centímetro de dilatação e que poderia retornar para casa, pois a unidade não dispunha de leitos para acomodá-la.
Às 13h do dia 26 de março, sentindo fortes contrações, Raquel retornou à Maternidade Nossa Senhora de Nazaré. Ao chegar, afirmou que recebeu o atendimento na sala de enfermagem e que já estava em trabalho de parto, mas precisou aguardar em pé por um leito na sala de pré-parto.
"Eu já estava com seis centímetros de dilatação e mesmo assim tive que ficar por quase 20 minutos em pé aguardando que alguém me levasse para o quarto", reclamou.
A mãe da jovem, a agricultora Francisca de Souza, falou que a família vai pedir explicações do Estado para que a morte da neta seja apurada. Ela denuncia ainda que as condições da Maternidade são precárias. "As mulheres estão sendo mal tratadas na maternidade. O local não tem leitos nem estrutura para fazer exame de ultrassom. Não temos a quem recorrer", denunciou Francisca.
Outro lado
Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde informou que a direção do Hospital Materno-Infantil Nossa Senhora de Nazaré afirma que a paciente teve uma ruptura uterina - uma emergência obstétrica que pode acontecer em um a cada dois mil partos.
A nota esclarece ainda que a ruptura não pode ser prevista com precisão ou mesmo diagnosticada antes de ocorrer. O médico explicou à paciente e aos familiares todos os procedimentos tomados.
Até o momento, a direção geral ou Ouvidoria não foram procuradas. Para esclarecer o atendimento será solicitada abertura de sindicância médica para apurar os fatos, já que desde a admissão na sala de parto, a paciente e o bebê eram avaliados de hora em hora, segundo protocolo do setor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário