MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Viúva entrega lista de Prestes com 233 nomes de supostos torturadores

 

Viúva doa arquivo com 7 pastas de fotos e cartas ao Arquivo Nacional, no Rio.
Escultor Cláudio Bentes mostrou réplica da escultura Cavaleiro da Esperança.

Alba Valéria Mendonça Do G1 RJ
Numa cerimônia rápida, no Arquivo Nacional, no Rio, a viúva do político Luís Carlos Prestes, Maria Prestes fez, na tarde desta terça-feira (3), a doação de sete pastas contendo documentos do Partido Comunista, como relatórios e manifestos, cartas pessoais para amigos e parentes e fotos de Prestes. O material, segundo ela, é uma parte do acervo do político que nos próximos meses estará disponível ao público.
Maria Prestes assina doação de acervo do político Luís Carlos Prestes ao Arquivo Nacional (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)Maria Prestes assina doação de acervo do político Luís Carlos Prestes ao Arquivo Nacional (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)
O material retrata principalmente o período da década de 70, até o início dos anos 80. Entre os destaques, está o “Relatório da IV Reunião Anual do Comitê de Solidariedade aos Revolucionários do Brasil”, de fevereiro de 1976, onde constam os nomes de 233 supostos torturadores.
"Trata-se de um documento importante, que hoje pode até não ter mais novidade, mas que compõe o quadro de uma época, e que vai servir para a análise e questionamentos de historiadores", disse a viúva.
Panfleto do Partido Comunista que Prestes usou para convocar deputados aliados. (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)Panfleto do Partido Comunista que Prestes usou
para convocar deputados aliados
(Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)
114 anos de Prestes
Ao assinar a doação, Maria destacou a data de 3 de janeiro, quando Prestes se estivesse vivo completaria 114 anos de idade e a morte de Beatriz Riffi, "uma companheira de luta no movimento pela democracia no Brasil". Beatriz foi companheira de confinamento de Olga Benário, que foi mulher de Prestes.
Na cerimônia, o artista plástico Cláudio Bentes apresentou a réplica da escultura "Cavaleiro da Esperança" - como Prestes era chamado - que ficará no Arquivo Nacional. A escultura original, de 3,10 metros está na cidade de Palmas, no Tocantins.
Foto da família Prestes de 1984  (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)Foto da família de Prestes em 1984 (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)
Maria Prestes
Aos 81 anos, Maria Prestes decidiu doar os documentos de Prestes, que segundo ela, foi perseguido por 60 anos por lutar por seus ideais de um futuro melhor. Ela uniu-se a Prestes em 1951.
"O Velho (como ela chamava Prestes) tinha uma vida pública e esse acervo pertence aos historiadores e ao povo brasileiro, para que conheçam Prestes melhor", disse a viúva, lembrando que o marido, apesar de sua intensa militância política, era um homem que amava sua família.
"Ele não tinha só o lado político, tinha um lado humano, de bom pai, bom marido, que fazia questão de ter a família reunida no almoço e jantar", contou Maria.
Prestes teve nove filhos com ela, além de Anita Leocádia, filha que teve com Olga Benário, a primeira mulher. Ele teve também 24 netos e nove bisnetos.
Réplica do Cavaleiro da Esperança, uma homenagem a Luis Carlos Prestes (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)Réplica do Cavaleiro da Esperança, uma homenagem a Luis Carlos Prestes (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)
Cavaleiro da Esperança
Luís Carlos Prestes, conhecido como "O Cavaleiro da Esperança", quando liderou a coluna de rebeldes que por dois anos e cinco meses percorreu 25 mil quilômetros pelo país, nasceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, em 3 de janeiro de 1898. Morreu no Rio de Janeiro em 7 de março de 1990, aos 92 anos.
Em 1934, depois de uma temporada na antiga União Soviética, volta ao Brasil como clandestino acompanhado de Olga Benário, e começa sua militância no Partido Comunista.
Em março de 1936, Prestes foi preso e cumpriu pena de nove anos. Sua companheira Olga Benário, grávida, foi deportada e morreu numa câmara de gás num campo de concentração nazista.
Anita Leocádia Prestes nasceu em uma prisão na Alemanha, mas foi resgatada pela mãe de Prestes, após intensa campanha internacional.

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