MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Guaratuba tem muito mais que uma praia com calçadão e chuveiros

 

Colhereiro, ave que não resiste à poluição, acompanha todo o passeio.
Mata atlântica e mangue cobrem morros escaláveis, planícies e encostas.

Vinícius Sgarbe Do G1 PR
Vista da Baía de Guaratuba, com pescadores. (Foto: Vinícius Sgarbe/G1 PR)Vista da Baía de Guaratuba, com pescadores. (Foto: Vinícius Sgarbe/G1 PR)
A Baía de Guaratuba, no litoral do Paraná, tem pouco menos de 59 km² de área banhada por mar e água doce. Uma área de preservação ambiental com rica fauna, especialmente pássaros e peixes, e flora. A vegetação dos morros e planícies é de mata atlântica e à beira do continente e das ilhotas, as raízes expostas exibem um mangue com vários tons de verde. Esse lugar belo e rico é pouco visitado, porque para a maioria dos turistas de Guaratuba, mesmo paranaenses, a cidade se resume à praia e ao calçadão com chuveiros.
Porém, esses mesmos turistas navegam por um trecho da baía quando vão de Guaratuba para Matinhos, ou fazem o caminho inverso, pelo ferry-boat. Uma travessia de dez minutos que esconde, pela geografia, o que se pode conhecer de novo em Guaratuba se a embarcação fizesse um caminho transversal.
Ao lado do Mercado Municipal está o Trapiche Municipal. De lá partem muitos barcos de pescadores profissionais, uma das principais atividades econômicas da região. Também de lá se pode alugar um barco para visitar a baía. O roteiro e a duração são combinados com o barqueiro da vez.
Os colheiros andam em cima do lodo do mangue para se alimentar. Em dezembro, é comum encontrar filhotes dessa ave típica dos mangues, ainda rosados. Em dia de sol, os peixem podem ser vistos de cima da água.
Filhotes de guará (na foto, pássaros da cor rosa), ave típica de mangues. (Foto: Vinícius Sgarbe/G1 PR)Filhotes de colheiro (na foto, cor rosa), ave típica de mangues e praias. (Foto: Vinícius Sgarbe/G1 PR)
Restaurante Mole
Há 16 anos o casal Vicente, 58, e Santa Leite, 61, largaram a vida no continente e se mudaram para a Ilha do Braço Seco, a dez minutos de barco do continente. Ele, nascido no “brejo”, ele mesmo diz, no bairro São Joãozinho, queria criar ostras e ela, nascida no bairro Cubatão, aposentada do serviço público, tinha interesse na cozinha.
Vicente e Santa são donos do restaurante Mole, na Ilha do Braço Seco. (Foto: Vinícius Sgarbe/G1 PR)Vicente e Santa são donos do restaurante Mole, na Ilha do Braço Seco. (Foto: Vinícius Sgarbe/G1 PR)
O criadouro deu certo e as ostras eram “abertas”, como eles dizem para a preparação dessa comida, no Iate Clube de Guaratuba. Isso durou três anos. Santa diz que nesse tempo construiu uma família com os clientes do clube.
Sem nenhum prato sequer, sem um garfo, uma faca, sem nada aqui, chegaram onze barcos."
Santa Leite, cozinheira
Quando esses clientes descobriram que ela morava em uma ilha e que sonhava com um restaurante lá, fizeram pressão para que o negócio começasse a funcionar. Um dia ligaram, ela conta, “estamos indo para a ilha e queremos almoçar”. “Sem nenhum prato sequer, sem um garfo, uma faca, sem nada aqui, chegaram onze barcos”, Santa relembra.
A louça chegou pouco depois, recolhida em uma peregrinação de Vicente pela casa dos parentes. Foram servidas ostras, peixe, camarão e feijão. E nunca mais a “família” deixou de ir ao Restaurante Mole, inaugurado às pressas com uma fita amarrada na outra e uma tesoura para a cerimônia oficial. Os donos de iates formam a maior parte da clientela do restaurante.
Para chegar à Baía
Pela BR-277 se chega a Matinhos e é preciso fazer a travessia pelo ferry-boat até Guaratuba.
Pela BR-376 se chega a Guaratuba.
De Curitiba a Guaratuba, pelos dois caminhos, o tempo de descida, passando pela Serra do Mar, é de aproximadamente 1h30.
Para passear de barco na Baía
Embarcações são encontrados no Trapiche Municipal, ao lado do Mercado Municipal e próximo à rodoviária. O preço do passeio varia e também a forma de cobrança, porém se pode calcular o custo de R$ 50 por pessoa para meia hora de navegação com barqueiro.

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