Cerca de mil integrantes do movimento estão no Canal da Integração, que integra obras de transposição do São Francisco; ação integra série de invasões do 'Abril Vermelho'
Lauriberto Braga, de O Estado de S.Paulo
Fortaleza - O Canal da Integração, construído pelo
governo do Ceará para servir de suporte à transposição das águas do Rio
São Francisco e de área de irrigação para a agricultura familiar, está
ocupado desde a madrugada desta terça-feira, 16, por cerca de mil
trabalhadores rurais sem-terra, dentro da série de invasões pelo Brasil
chamada de "Abril Vermelho".
No final da manhã, os manifestantes fecharam por uma hora e meia a BR-116 nos dois sentidos, causando um engarrafamento de mais de 15 quilômetros. Os sem-terra fecharam a rodovia federal com queima de pneus. A Polícia Rodoviária Federal agiu e liberou o trânsito por volta das 10h30 sem confronto com os manifestantes, que voltaram para a área do Canal da Integração.
O líder do MST no Ceará, Pedro Neto, afirma que o protesto é para o governo estadual cumpra uma pauta de reivindicação apresentada pelo movimento no ano passado. "O Governo não está negociando com a gente e vamos permanecer aqui até que toda nossa pauta seja atendida", afirmou.
O MST cobra políticas efetivas de combate à seca, reforma agrária, assentamentos de famílias acampadas por todo o Estado e escolas para os assentamentos. Pedro Neto reclama da burocracia, que segundo ele "vem emperrando o atendimento de nossas reivindicações. Só há promessas superficiais e até agora nada de concreto de atendimento dos nossos pedidos".
Entre as mil pessoas participantes da ocupação estão crianças e mulheres. Foram montadas barracas as margens do Canal da Integração, onde os sem terra fazem comida, armaram redes de dormir e se protegem do sol.
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