Cenas de descaso diante da pandemia que já deixou 6.689 mortos na capital fluminense causaram indignação nas redes sociais
Redação
Um grande número de pessoas aglomeradas nas calçadas e sem máscaras de proteção facial. Assim foi a primeira noite de reabertura de bares e restaurantes no Rio de Janeiro após três meses de quarentena.
As cenas de descaso registradas entre a noite de quinta (2) e o início da madrugada desta sexta (3) ocorreram sobretudo nas ruas do Leblon, na zona sul carioca.
Diante das imagens dos estabelecimentos lotados, vizinhos, motoristas que passaram pelo local, políticos e famosos postaram vídeos e textos nas redes sociais demonstrando indignação.
A capital fluminense tem 58.615 casos e 6.689 óbitos decorrentes da doença, o que corresponde a cerca de metade dos registros no estado. Na manhã de quinta (2), os leitos públicos para a Covid-19 na cidade estavam com 70% de ocupação nas UTIs e 39% nas enfermarias.
No Twitter, o vereador Tarcísio Mottta (PSOL) responsabilizou o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) pelas cenas de aglomeração em plena pandemia na rua Dias Ferreira, famoso reduto boêmio do bairro.
“Essa irresponsabilidade é sua”, afirmou o vereador, mencionando o prefeito.
O estilista Carlos Tufvesson, que ocupou o cargo de coordenador especial da Diversidade Sexual na prefeitura do Rio, em 2011, também demonstrou indignação.
“Acho que a vacina chegou no Leblon e não estamos sabendo”, disse.
Liberados, mas com regras
Bares, lanchonetes e restaurantes estão liberados a partir de quinta-feira (2) a servir clientes, desde que seja respeitado o distanciamento de dois metros entre as mesas e capacidade máxima de 50% da lotação na área interna.
Segundo Crivella, que liberou também o funcionamento de outras atividades como academias, treinos na areia e estúdios de tatuagem, a flexibilização é possível devido ao indicadores apurados pela Secretaria Municipal de Saúde no combate à Covid-19.
“Não há nada que celebrar, mas estamos nessa luta desde março. Sem sombra de dúvida, a baixa demanda de leitos de UTI e de enfermaria e o número de óbitos, que está estabilizado, nos mostram que tivemos um pico tenebroso em maio e que, depois, caímos para os patamares dos dias atuais”, afirmou.
As regras para o funcionamento de bares, cafés, lojas de conveniência, padarias, quiosques e restaurantes incluem, além do distanciamento das mesas e da capacidade limitada a 50% nas áreas internas, a proibição do self-service e da música ao vivo, horário máximo de funcionamento até 23h e uso de máscara obrigatório para clientes e funcionários. As máscaras só pode ser retirada pelos clientes quando eles estiverem nas mesas e exclusivamente nos momentos de refeição.
A multa para os estabelecimentos que não obedecerem as regras pode chegar a R$ 13 mil.
Nos últimos três meses, a autorização de funcionamento para esses estabelecimentos era apenas para serviços de delivery, com consumo proibido no local.
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