Estudo realizado pelo Instituto Oncoguia aponta que o número de mortes por câncer crescerá até o final do ano
O medo de contaminação e de piores resultados levou muitos cirurgiões e associações no mundo todo a recomendar a limitação de procedimentos cirúrgicos oncológicos, incluindo as técnicas minimamente invasivas, durante a pandemia. Em um estudo publicado essa semana no British Journal of Surgery, os pesquisadores analisaram as cirurgias digestivas, urológicas e de mama entre 1º de março e 9 de abril de 2020 e compararam com o mesmo período de 2019. A conclusão é que os procedimentos para câncer podem ser realizados com segurança em pacientes sem infecção demonstrável, desde que o hospital tenha menos de 25% dos leitos ocupados por pacientes com Covid-19, crie áreas separadas para estes procedimentos, além de um programa eficiente de teste para Covid-19.
“Um dos principais desafios na era covid-19 e pós-covid em relação ao câncer é não deixar que diagnósticos e tratamentos deixem de ser realizados. O que vimos nos meses que se passaram foram pacientes não acessando os médicos com medo de se contaminar. E por conseguinte, hipóteses diagnósticas e exames complementares não foram solicitados. Soma-se a isso o fato de que doenças oncológicas não deixaram de existir, muito pelo contrário, as doenças evoluíram e se manifestaram da pior forma, gerando mais complicações.”, pontua Dr. Ricardo Cotta, médico, cirurgião oncologista do aparelho digestivo, especialista no procedimento de cirurgia minimamente invasiva no Hospital Quinta D’Or e cirurgião do Hospital Miguel Couto, no Rio de Janeiro.
O levantamento mais recente do Instituto Nacional do Câncer (INCA) mostra que haverá 625 mil novos casos de câncer no país esse ano e, segundo a instituição, a melhor forma de evitar a doença é a prevenção. Sem fazer consultas, nem exames de rotina como ultrassonografia, sangue e ressonância magnética, entre outros, não há diagnóstico precoce. O fato preocupa os profissionais de saúde, que preveem um aumento do número de pessoas infectadas pelo câncer. De acordo com o Instituto Oncoguia, organização de apoio a pessoas com câncer, as mortes causadas pela doença podem crescer 20% até o fim de 2020 e até mesmo os tipos com alto índice de cura terão tratamento mais difícil.
Um exemplo de câncer que pode ser descoberto cedo com exames simples e tem quase 100% de cura é o câncer de tireoide, o mais comum da cabeça e pescoço e o quinto tumor mais frequente em mulheres nas regiões Sudeste e Nordeste.
“Os tumores de cabeça e pescoço têm características mais dependentes do tempo, que são as complicações que podem levar à morte do paciente, principalmente a compressão da via aérea. Os cânceres que surgem dentro da cavidade oral, ou da laringe, podem comprimir a via aérea e obstruir, gerando falta de ar, mesmo que os tumores não sejam tão grandes. Isso torna a detecção precoce fundamental, pois além de ter um prognóstico melhor, também evita outros riscos que os tumores mais agressivos podem causar além da insuficiência respiratória, como o sangramento dentro da árvore brônquica, mais abrupto. Com certeza, a demora do paciente ao tratamento e o medo de procurar atendimento médico nos primeiros sintomas vão criar um impacto nos tumores de cabeça e pescoço.”, explica Leonardo Rangel, cirurgião de cabeça e pescoço, especialista pelo INCA, professor e pesquisador da UERJ.
“Um dos principais desafios na era covid-19 e pós-covid em relação ao câncer é não deixar que diagnósticos e tratamentos deixem de ser realizados. O que vimos nos meses que se passaram foram pacientes não acessando os médicos com medo de se contaminar. E por conseguinte, hipóteses diagnósticas e exames complementares não foram solicitados. Soma-se a isso o fato de que doenças oncológicas não deixaram de existir, muito pelo contrário, as doenças evoluíram e se manifestaram da pior forma, gerando mais complicações.”, pontua Dr. Ricardo Cotta, médico, cirurgião oncologista do aparelho digestivo, especialista no procedimento de cirurgia minimamente invasiva no Hospital Quinta D’Or e cirurgião do Hospital Miguel Couto, no Rio de Janeiro.
O levantamento mais recente do Instituto Nacional do Câncer (INCA) mostra que haverá 625 mil novos casos de câncer no país esse ano e, segundo a instituição, a melhor forma de evitar a doença é a prevenção. Sem fazer consultas, nem exames de rotina como ultrassonografia, sangue e ressonância magnética, entre outros, não há diagnóstico precoce. O fato preocupa os profissionais de saúde, que preveem um aumento do número de pessoas infectadas pelo câncer. De acordo com o Instituto Oncoguia, organização de apoio a pessoas com câncer, as mortes causadas pela doença podem crescer 20% até o fim de 2020 e até mesmo os tipos com alto índice de cura terão tratamento mais difícil.
Um exemplo de câncer que pode ser descoberto cedo com exames simples e tem quase 100% de cura é o câncer de tireoide, o mais comum da cabeça e pescoço e o quinto tumor mais frequente em mulheres nas regiões Sudeste e Nordeste.
“Os tumores de cabeça e pescoço têm características mais dependentes do tempo, que são as complicações que podem levar à morte do paciente, principalmente a compressão da via aérea. Os cânceres que surgem dentro da cavidade oral, ou da laringe, podem comprimir a via aérea e obstruir, gerando falta de ar, mesmo que os tumores não sejam tão grandes. Isso torna a detecção precoce fundamental, pois além de ter um prognóstico melhor, também evita outros riscos que os tumores mais agressivos podem causar além da insuficiência respiratória, como o sangramento dentro da árvore brônquica, mais abrupto. Com certeza, a demora do paciente ao tratamento e o medo de procurar atendimento médico nos primeiros sintomas vão criar um impacto nos tumores de cabeça e pescoço.”, explica Leonardo Rangel, cirurgião de cabeça e pescoço, especialista pelo INCA, professor e pesquisador da UERJ.
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