Uma das estrelas de O Vento Levou, Olivia de Havilland, considerada a
última atriz sobrevivente da Idade de Ouro de Hollywood, morreu neste
domingo (26) aos 104 anos, informou o "Hollywood Reporter". De acordo
com a publicação, que cita seu agente, a atriz morreu de causas naturais
em sua casa em Paris, onde vivia há mais de 60 anos. A carreira de
Havilland inclui dois Oscar, uma vitória sobre o sistema de estúdios de
Hollywood e uma longa disputa com a irmã Joan Fontaine, em uma história
digna de um roteiro cinematográfico. A atriz chamou a atenção pela
primeira vez ao contracenar com Errol Flynn em uma série de filmes a
partir da década de 1930 e causou uma impressão duradoura como a
recatada bela do sul Melanie, em O Vento Levou, em 1939.
Mais tarde em sua carreira, a atriz teria que lutar
para conseguir papéis mais desafiadores - uma batalha que acabou no
tribunal, mas a levou ao Oscar por Só Resta Uma Lágrima, em 1946, e A
Herdeira, em 1949. Havilland, uma americana naturalizada que nasceu de
pais ingleses no Japão, vivia em Paris desde 1953. Ela fez poucas
aparições públicas depois de se aposentar, mas retornou a Hollywood em
2003 para participar do 75º Oscar. A família de Havilland mudou-se para a
Califórnia quando ela e sua irmã Joan eram crianças. A atriz começou
sua carreira no cinema depois que o diretor Max Reinhardt a viu em uma
produção californiana de "Sonho de uma noite de verão" e a escalou em
sua versão cinematográfica de 1935 da peça. A Warner Bros ficou
impressionada e, como era costume na época, assinou um contrato de sete
anos com a adolescente. Warner a emprestou para fazer O Vento Levou em
1939 e a personalidade gentil, mas voluntariosa, de Havilland, a ajudou a
fazer do papel de Melanie uma das partes mais intrigantes do filme. O
papel lhe rendeu a primeira de suas cinco indicações ao Oscar. "Eu me
senti muito atraída por Melanie", disse Havilland mais tarde. "Ela era
uma personalidade complexa em comparação com as heroínas que eu
interpretara muitas vezes. O prestígio da indicação ao Oscar e a
popularidade de O Vento Levou não deram a Havilland os tipos de papéis
que ela queria. Ela costumava recusar as peças que a Warner Bros.
oferecia, o que resultou em várias suspensões pelo estúdio. Em 1943,
Havilland declarou que seu contrato de sete anos com a Warner havia
expirado, mas o estúdio disse que ainda lhes devia os seis meses que
passou em suspensão. De Havilland venceu no tribunal, enfraquecendo o
domínio dos grandes estúdios sobre os atores, limitando os contratos dos
atores a sete anos, independentemente do tempo de suspensão. Mas
desafiar um estúdio poderoso foi uma jogada arriscada na carreira e ela
não fez filmes por três anos. Havilland fez um retorno triunfante à tela
em 1946, com o papel vencedor de um Oscar de mãe solteira em Só Resta
uma Lágrima. Três anos depois, seu retrato de uma solteirona trouxe
outro prêmio da Academia por A Herdeira.
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