UMA DAS MORTES que mais me abalou durante a vida foi a do
meu “filho”BOLA, um lindo cachorro boxer,com 12 anos. Ele era filho da MEL ,que
também viveu na minha “querência” , e que morreu 3 anos antes. Não tinha cena mais
linda nesse mundodo que ver essa “dupla”
correndo ,lado a lado,atrás de um objetivo comum,geralmente um ouriço,tatu,lagarto,gambá,capivara,lontra,gato,
ou qualquer outro “intruso” que ousasse entrar nos seus territórios. Nosso “habitat” era a Região das Lagoas,no
Litoral Norte do RS. Nunca os tratei como “animais”,na forma como mandam os
manuais feitos pelos homens. Apesar de terem sido “adestrados”,isso não
funcionou. Eles eram livres e rebeldes.
Faziam o contrário dos tais “comandos”.Sempre os considerei “iguais”. Comprovei
durante suas vidas que realmente fazem jus à fama de melhores amigos do
homem.Dentre os seres vivos,sem dúvida são os mais confiáveis.
Esses meus “filhos”foram de extrema importância para que eu
solidificasse a convicçãode nunca considerar os seres humanos superiores aos
outros animais,e tambémaos eventuais outros seres vivos de qualquer ponto de todas
asgaláxias.
É evidente que essa inexplicável conclusão sobre a “superioridade” do homem é
pura construção humana,sem qualquer fundamento na realidade. Em primeiro lugar,
o homem,assim como o conhecemos,é um ser muito recente no Planeta Terra. Talvez
chegue a uns dez ou vinte mil anos. A Terra tem 5 bilhões de anos. É como “um
segundo” no relógio de 24 horas. E “antes”,como era? ; e “depois” - daqui a milhões,ou bilhões de
anos - como será?
Essa estúpida pretensão humana de ser “superior”aos outros
animais da Terra pode ser provada,inclusive,pelas duas “declarações universais
de direitos”,sendoa primeira,dos “DIREITOS HUMANOS”,da ONU,em 1948,e a outra dos “DIREITOS DOS ANIMAIS”,daUNESCO,em 1978.
Ocorre que tanto uma,quanto a outra,foram redigidas pelos humanos. Mas na
declaração respeitante aos animais,o homem simplesmente se arvorou numa
“representação”que nunca lhe foi outorgada. Não poderia,portanto,”declarar”nada
em nome dos “outros” animais. Agiu como
um “procurador”, sem procuração. O simples fato da alegação que os animais não
podem se comunicar com oshumanos , assim como eles se comunicam
entre si, não seria argumento válido. Isso não autorizaria que um falasse pelo
outro. Essa declaração de “direitos”dos animais não poderia passar de recomendações, de humanos para humanos, de
como proceder com os animais. Jamais de uma declaração “deles”,animais. O
simples fato de haver duas “declarações”,uma para cada espécie,a humana ,e a
animal,já significa discriminação de
um sobre o outro. O que é difícil compreender são as causas pelas quais a
ciência está tão avançada em certas áreas,e ao mesmo tempo ignora quase completamente as
questões que envolvem a natureza humana,tanto restritivamente ao Planeta Terra,quanto na relação com o Universo.
Será que o “deus” concebido pelos humanos seria o mesmo que o de outrosseres vivos de pontos distintos do
Universo que ,certamente, também têm vidas inteligentes ? Qual o “deus”verdadeiro ? O da Terra? O das
civilizações extraterrestres ?
De outra banda,os animais não integram como SUJEITOS a
históriaescrita pelos homens . São seus OBJETOS . Essa posição é “privilégio”
só humano. Seus únicos direitos são os de ficar gravados na memória daqueles
que os amaram.
Será que a pretensa superioridade humana alegada frente aos
outros animais teria procedência extensiva
aos outros seres “humanos”, ou similares, do Universo? Que reação teria o homem quando descobrisse
outras vidas inteligentes no cosmos ?
Abandonaria as convicções
religiosas formadas aqui na Terra ? Incorporaria “teologias” diferentes,eventualmentemais
avançadas ?
Os seres ditos
inteligentes daqui seriam superiores aos seres inteligentes de outros mundos ?Ou
“inferiores” ?Qual a concepção que teriam os outros animais terrestres,nossos
irmãos de planeta ,nos limites da inteligência de cada um, sobre essas questões
todas ?
Mais: qual o POSTO do homem durante o seu “reinado”naTerra,e
nos outros tempos? E no “Cosmos”,qual o seu posto ?
Mas de todas essas crenças egoístas e estúpidas,partidas da
mente humana,a campeã mesmo é aquela que garante uma vida espiritual posterior
à morte “exclusivamente”para o homem,já
que os animais “não teriam” alma,ou espírito. Outras vidas,inclusive
inteligentes, de outros pontos do universo, também não excistiriam ? Seriam equivalentes
aos animais aqui da Terra?
Sabe-se que diversas experiências PARANORMAIS,tantocientíficas,quantoreligiosas,apontam
na direção de algum tipo de vida espiritual “post mortem”,para humanos. E para
os outros animais ? Onde estão os estudos e os relatos de experiências ? Por
quê a resistência em admitir iguais destinos após a morte para animais humanos
e não-humanos ? Por quê tanto a ciência,quanto as religiões,não se preocupam em
desenvolver estudos sérios sobre a possível paranormalidade e espiritualidade
animal ? Quando tirarão a enorme pedra que está em cima do assunto?
Com a finalidade de colaborar com eventuais estudos sobre esse nebuloso tema,emprestomeu
testemunho pessoal.Não tenho dotes paranormais ,nem poderes “mediúnicos”.Porém
consegui manter alguns contatos “relâmpagos” com o “Bola”,alguns dias dias
depois de morto,visuaisuns,sonorosoutros,na certeza de que “ele”estava procurando algum contato. O
mesmo ocorreu com minha mulher,Rosemarí,que tem dotes mediúnicos e é espírita.Um
dia ,talveznum longínquo futuro,esse tipo de fenômeno será incorporado pelas
religiões , e esclarecido pela ciência.
Todas essas indagações sãopara tentar provar que apesar de toda a
cultura e sabedoria produzida pela espécie humana,a única verdade que pode ser
afirmada com certeza é que POUCO SOMOS E SABEMOS QUASE NADA.
Sérgio Alves de Oliveira
Advogado e Sociólogo
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