Clima no Vale do São Francisco prejudicou a qualidade da uva.
Consumo do fruto no Brasil tem registrado crescimento nos últimos anos.
O produtor Francisco Nunes ainda não fechou as contas das exportações do ano passado, mas garante que 2011 não foi bom para as vendas para o mercado internacional. “A gente estava prevendo um preço em torno de R$ 3 a R$ 4 o quilo. Esperamos para vender a fruta no último momento. Não tinha fruta estocada na Europa. Não tinha uva chegando da África do Sul nem do Chile. Então, a gente tinha a melhor condição. Tentamos pegar o melhor momento de preço, mas, infelizmente, nossa uva começou a passar um pouco e chegou fruta nova. A tendência é que não tenhamos um bom fechamento para essa safra”, avalia.
Dos 16 hectares da propriedade de Francisco Nunes, em Petrolina, no sertão de Pernambuco, 80% são cultivados com uvas sem sementes, direcionadas ao mercado externo.
Com as dificuldades nas exportações os produtores de uva do Vale do São Francisco apostam cada vez mais no mercado interno. O consumo do fruto tem registrado crescimento nos últimos anos.
O produtor de uva Newton Matsumoto, que já percebeu o crescimento das vendas da fruta no Brasil, diz que tem feito bons negócios. “Se comparar os últimos anos, os preços de uva sem sementes tem ficado abaixo de R$ 3 o quilo na exportação, o que mal dá para pagar as contas. Enquanto que o mercado interno tem pago preços acima de R$ 4”, compara.
“Em função do acúmulo da compra do supermercado, principalmente dos Estados Unidos, a expectativa de preço nosso será menor”, alerta Arthur de Souza, vice-presidente da Valexport.
O vice-presidente da Valexport disse também que a instabilidade do clima no Vale do São Francisco prejudicou a qualidade da uva, reduzindo as exportações. Além disso, a crise econômica na Europa e Estados Unidos diminuiu a procura pela fruta.
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