Museu da USP começa a funcionar em prédio que foi do Detran

Inauguração é neste sábado (26) às 10h, com entrada grátis.
Local recebeu reforma de três anos ao custo de R$ 76 milhões.

Renato Jakitas Do G1 SP

Após reforma de três anos que custou R$ 76 milhões ao governo do estado de São Paulo, o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC) vai abrir parcialmente as portas neste sábado (28) em novo endereço: o prédio criado pelo arquiteto Oscar Niemayer nos anos 50, entre as avenidas 23 de Maio e a Dante Pazzanete, na Vila Mariana, Zona Sul da capital paulista. Para a inauguração, foi organizada a exposição “O Tridimensional no Acervo do MAC: Uma Antologia”, com 18 peças. A entrada é grátis. O museu fica aberto das 10h às 18h, de terça a domingo.
O prédio que já abrigou a sede da Secretaria da Agricultura e, nos últimos anos, o Departamento Estadual de Trânsito do Estado de São Paulo (Detran), foi doado pelo governo estadual à USP, que concordou em arcar com as despesas anuais de funcionamento do museu.
Para tanto, o espaço recebeu uma reforma ao longo de toda a sua extensão. Foram recuperadas partes degradas do edifício, além de instaladas rampas de acesso e equipamentos que adaptam o prédio para receber exposições de arte (iluminação, sistema de climatização, segurança e de controle de umidade, por exemplo). Também foram construídos dois anexos na parte posterior do edifício, que deverá abrigar a casa de máquinas e a reserva do acervo.

Museu funciona em prédio que foi do Detran até 2008 (Foto: Flávio Moraes/G1)

Atualmente o MAC-USP funciona em dois endereços: no campus da USP na Cidade Universitária e no terceiro andar do prédio da Bienal em frente ao Parque do Ibirapuera, ambos na Zona Sul da capital. Com o novo espaço, os planos da universidade é de devolver o pavimento à Prefeitura de São Paulo na Bienal e concentrar a operação na USP e, agora, na ex-sede do Detran.
“Vamos preparar essa saída [da Bienal) até o final do ano. O nosso projeto é reformar o prédio dentro da USP e, depois, transformá-lo em um MAC acadêmico, com o arquivo do museu, biblioteca e salas de aula. Aqui, [no novo prédio], vamos colocar nosso acervo, exposições provisórias e cursos e debates amplos para a população”, afirma o diretor do MAC-USP, Tadeu Chiarelli.
A expectativa, conta Chiarelli, é conseguir disponibilizar um volume maior do acervo do museu em exposições simultâneos. O MAC possui cerca de 10 mil obras de arte. Por falta de infraestrutura, apenas 5% desse montante fica disponível à população. "Nossa expectativa é ampliar essa proporção para 20%”, diz o diretor do museu.

Prédio recebeu uma reforma completa ao logo de toda a sua extensão (Foto: Flávio Moraes/G1)

Parcialmente liberado
No entanto, até alcançar a meta, é preciso aguardar. É que, embora inaugurado, o MAC ainda está longe de estar completamente liberado. De seus oitos andares, apenas o térreo pode receber obras de arte e visitantes. Os demais pavimentos ainda recebem obras de acabamento, de infraestrutura elétrica e segurança.
“A gente ainda está se apropriando do espaço. Vamos precisar esperar pela conclusão da reforma e conhecer o prédio, entender como funciona a dinâmico do lugar", diz Chiarelli.
Reforma
Do lado de fora, pouca coisa mudou. Ainda é possível reconhecer as curvas e linhas modernistas em concreto armado que caracterizam os trabalhos de Niemayer. Por dentro, pouco o quase nada faz lembrar o prédio que por décadas abrigou os departamentos e a papelada do Detran.
Dentro e fora do edifício, segundo Tadeu Chiarelli, foram instaladas 20 rampas de acessbilidade. O piso recebeu uma lona de alta resistência e que dissipa o som, o mesmo material utilizada dentro dos novos trens do Metrô paulista.
"A iluminação tem 3,5 mil lâmpadas projetadas para não refletir sombra nas esculturas. Há também um sistema de climatização que mantém a mesma refrigeração e nível de umidade ao longo de todo o museu", diz o engenheiro Oswaldo Padilha, que comanda a reforma do prédio.
Após completamente liberado, o novo MAC-USP terá seis andares para exposições. O primeiro andar vai recever um teatro e o oitavo, um restaurante com vista para panorâmica para a região do Parque do Ibirapuera.

A expectativa de Tadeu Chiarelli (foto), diretor de MAC, é disponibilizar 15% mais do acervo do museu em exposições simultâneas (Foto: Flávio Moraes/G1)