MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 7 de janeiro de 2012

Inflação do quiabo em 2011 só perde para passagem de avião, diz IBGE

 

Preço do produto subiu 47,05% no ano passado, 2ª maior alta do IPCA.
Chuva prejudicou produção e reduziu oferta em estados como SP e MG.

Darlan Alvarenga Do G1, em São Paulo
Menor oferta de quiabo no país elevou preço do produto em 2011 (Foto: Reprodução/TV Globo)Menor oferta de quiabo no país elevou preço do
produto em 2011 (Foto: Reprodução/TV Globo)
Colocar quiabo no prato custou mais ao brasileiro em 2011. Dados da inflação oficial do país, divulgados nesta sexta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que o preço do vegetal subiu 47,05%, a segunda maior alta entre os itens que compõem o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), ficando atrás apenas das passagens aéreas, que subiram 52,91% no ano passado.

A disparada no preço é atribuída, sobretudo, à menor oferta do produto em razão de fatores climáticos como chuva em excesso.

“O quiabo é uma cultura que costuma ser cultivada em pequenas áreas e a inconsistência climática, principalmente no início do verão do ano passado, quando choveu muito, prejudicou as lavouras em São Paulo por um grande período”, explica Renato Abdo, presidente da Câmara Setorial de Hortaliças do Estado de São Paulo.

Distribuidores e atacadistas confirmam que a oferta do produto caiu significativamente em 2011. “A entrada foi menor mesmo, principalmente no inverno. Não se plantou tanto no ano passado quanto em 2009, ano em que o quiabo estava bem barato”, diz Níveo Shoji Yoneyana, da Agrociro, que abastece a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp). Ele explica que a colheita costuma ser feira de 60 a 80 dias após o plantio e pode durar até 3 meses.
Em Mato Grosso, as plantações de quiabo causaram prejuízos aos agricultores. Em Cuiabá, os pés do vegetal não se desenvolveram e a produtividade ficou muito abaixo do esperado (Veja vídeo ao lado).

Dados do IBGE mostram que 2011 foi o segundo ano seguido de alta do quiabo no país. Em 2010, o vegetal subiu 32,01%. Em 2009, o preço do quiabo tinha registrado queda de 24,23%.
Para o chefe do Departamento Técnico das Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (CeasaMinas), Wilson Guide, parte da alta de 2011 pode ser atribuída à recuperação das perdas de anos anteriores. “Em 2010 os preços tiveram muito pouca variação, então a base de 2010 não é muito confiável, porque foi um ano atípico”, diz.

Ele confirma que o quiabo está entre os vegetais que mais subiram em 2011, mas destaca que se trata de um produto de baixo valor agregado, de pouco peso na cesta básica do brasileiro e na composição do IPCA. “Não é como uma batata ou um tomate", ressalva. "A causa do aumento no preço é a própria sazonalidade dos hortifrutíferos, que estão sujeitos a fatores climáticos”, diz Guide.
Oferta cai 31,4% em dezembro em MG
Segundo o governo de Minas Gerais, os problemas de oferta de quiabo se concentraram no final de 2011, época que costuma registrar um aquecimento no consumo de frutas, legumes e verduras, e que coincidiu no ano passado com o início da temporada de chuvas.

“O preço da caixa com 13 quilos de quiabo, que costuma variar de R$ 15 a R$ 20, chegou a R$ 50 em dezembro”, afirma Lucas Scarascia, superintendente da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais na Ceasa de Contagem, uma das maiores centrais de distribuição do país.

Segundo ele, as três principais cidades produtoras de quiabo no estado (São João do Oriente, Paraopeba e Vargem Alegre) foram afetadas em razão das chuvas que castigam Minas Gerais desde o final de 2011.

“Dezembro costuma ser época de colheita. E perdeu-se tanto na produção como no escoamento do produto”, explica Scarascia.

Na Ceasa de Contagem, foram comercializados em dezembro do ano passado 958 toneladas de quiabo, volume 31,4% menor que o vendido no mesmo mês de 2010 (1.397 t). O preço do quilo do produto disparou no intervalo de 12 meses de R$ 0,94 para R$ 3,46.

Scarascia lembra que o quiabo é um item tradicional da culinária mineira, presente em pratos como frango com quiabo e em refogados. “É um produto com procura o ano todo, mas o consumo costuma ser bem regionalizado, com destinação mais forte para feiras livres e sacolões do que para supermercados”, diz.

Segundo os atacadistas de São Paulo e Minas Gerais, a oferta já está se regularizando e o preço do produto fechou a semana em queda. Mas a inflação do quiabo para os próximos meses ainda é uma incógnita.

“Vai depender muito das próximas semanas, se a chuva irá continuar ou não. A tendência é o preço continuar alto, com oferta baixa e, o que é pior, um produto de baixa qualidade”, diz Guide.

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