MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Após depor, síndico de prédio que desabou diz que reforma era normal


Paulo informou que documentos eram de responsabilidade do advogado.
Ele acredita que todos motivos podem ter causado o desmoronamento.

Lívia Torres Do G1 RJ

Síndico Paulo Renha (Foto: Lívia Torres/G1)Síndico Paulo Renha prestou depoimento nesta
sexta-feira (27) (Foto: Lívia Torres/G1)
O síndico do prédio de 20 andares que desabou no Centro do Rio de Janeiro na noite de quarta-feira (25) prestou depoimento de três horas na 5ª DP (Mém de Sá) nesta sexta-feira (27). Paulo Renha disse que a obra que estava sendo feita no nono andar era para modernização do prédio e reforma. "O edifício Liberdade tinha 73 anos, era normal que tivesse reforma", disse. Outros dois prédios também desabaram, um de 10 andares e outro de quatro, que ficavam ao lado.
Sobre a documentação necessária para realizar as obras no prédio, o síndico afirmou que deixou o advogado do condomínio responsável por checá-las.
"O doutor Geraldo, que é um advogado da maior competência, sabe o que tinha que fazer na parte de documentação. E eu pedi a ele que tomasse as providências necessárias, e eu tenho certeza que elas foram tomadas", disse.

O síndico afirmou não saber o que causou o desmoronamento. "Pode ter sido lençol freático, pode ter sido uma bomba que estourou, pode ter sido desmoronamento. Eu não sou técnico. Tanto que até agora, há varias divergências sobre o que pode ter acontecido."
Reforma
Sérgio Alves, sócio da empresa TO - Tecnologia Organizacional, afirmou em entrevista coletiva realizada no fim da tarde desta sexta que as obras que estavam sendo realizadas no 3º e no 9º andares do edifício Liberdade não provocaram a queda.
"Tenho certeza de que as obras não abalaram as estruturas. Era uma reforma interna, para adequação do espaço. Trocamos o piso, removemos as divisórias e as paredes do banheiro, que não eram estruturais, pois eram feitas de tijolo", destacou o empresário.
Segundo ele, um engenheiro havia sido contratado para fazer o laudo na obra do 3º andar, mas o documento teria se perdido com o desabamento. O mesmo engenheiro faria ainda um outro laudo sobre a reforma do 9º andar, mas, por um problema de família, teria atrasado a visita.
"Dissemos ao síndico que atrasaríamos a obra por 15 dias, mas ele disse que poderíamos entregar o laudo depois", revelou Sérgio.
Depoimento do operário
Também nesta sexta, após quatro horas de depoimento, o ajudante de obras Alexandro da Silva Fonseca, que se refugiou em um elevador e escapou com vida dos desabamentos contou a jornalistas na porta da delegacia o que falou no depoimento: como estava o trabalho e as obras dentro do prédio de 20 andares que caiu, e do qual Renha era síndico. "Nós estávamos retirando o carpete do andar, foi isso que nós fizemos," disse.
Alexandro chegou a dizer que não tinha quebrado nenhuma parede na obra, contradizendo a informação dada mais cedo no local do desabamento de que havia quebrado uma parede do banheiro, mas depois voltou atrás e disse que havia quebrado uma parede de tijolos no banheiro.

Polícia abre inquérito
A Polícia Civil abriu inquérito para apurar as responsabilidades do desabamento. Na quinta-feira (26), o titular da 5ª DP (Mem de Sá), delegado Alcides Alves Pereira, ouviu sete testemunhas e dois policiais que prestaram socorro às vítimas logo após o colapso das estruturas.
O desabamento ocorreu por volta das 20h30 de quarta. Um prédio de 20 andares, outro de 10 e um imóvel de cinco pavimentos ficaram em ruínas. O trânsito nas ruas situadas nas imediações do Theatro Municipal permanece interditado.
No momento da tragédia, testemunhas disseram ter ouvido a estrutura do edifício estalar antes de ir ao chão. Sobreviventes relataram momentos de desespero. Um vídeo de câmera de segurança mostrou correria na avenida antes de a poeira do desabamento tomar a região.

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