Fraudes totalizaram US$ 120 milhões, o equivalente a R$ 477 milhões; dinheiro foi utilizado no Brasil e no exterior
Redação
A OAS usou contratos fictícios em sete diferentes países para gerar recursos ilícitos usados em pagamentos de propina e caixa dois no Brasil e no exterior, relatou em sua delação premiada Alexandre Portela Barbosa, ex-gerente da área internacional de contabilidade clandestina da empreiteira. A informação foi veiculada nesta quinta-feira (28) pelo site do jornal O Globo.
De acordo com a publicação, Alexandre Barbosa contou que foram usadas para este fim ilícito unidades da construtora sediadas no Chile, Costa Rica, Equador, Guatemala, Peru, Trindade e Tobago, e Ilhas Virgens Britânicas. Os contratos fraudulentos firmados por esses braços da empreiteira entre 2010 e 2014 totalizaram cerca de US$ 120 milhões, ou R$ 447 milhões, e abasteciam contas de doleiros, que movimentavam os recursos clandestinos da OAS no exterior ou remetiam o dinheiro para o Brasil.
Conforme o diário carioca, essa contabilidade clandestina que gerava dinheiro para pagar os políticos era parcialmente alimentada com fraudes em contratos no exterior.
Uma das fraudes relatadas envolveu, em 2012, a obra de uma usina hidrelétrica no Equador, feita pela sucursal da OAS naquele país.
Barbosa conta que visitou a obra em companhia de outro executivo da empreiteira, porque ela apresentava uma “margem de lucro expressiva” que facilitaria o desvio de recursos.
Na quarta (27), o Globo já havia revelado teor da delação premiada de oito ex-executivos do setor de contabilidade clandestina da OAS , chamado de “Controladoria de Projetos Estruturados”. Os ex-funcionários relataram pagamentos de propina e caixa dois no total de R$ 125 milhões a pelo menos 21 políticos de oito partidos.
Dentre os beneficiários listados estão o hoje senador Jaques Wagner (PT), o ex-ministro José Sérgio Gabrielli, o deputado federal Nelson Pelegrino (PT) e o atual deputado federal Marcelo Nilo (PSB-BA).
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