Prestes a retornar ao bloco Os Mascarados, cantora prega "respeito" à PM e defende que "maioria do povo negro" está nas ruas para se divertir ou trabalhar
Luiz Felipe Fernandez
Depois de 10 anos de fora do bloco do Os Mascarados, a cantora Margareth Menezes retorna nesta quinta-feira (28) ao Circuito Dodô, com um figurino à altura da sua representatividade: ela será a “Rainha de Wakanda”, universo do filme “Pantera Negra”. Em contato com o bahia.ba, a artista comentou sobre o seu retorno e a expectativa sobre o comportamento da Polícia Militar com os foliões neste Carnaval, em especial com a população negra.
“A PM tem buscado melhorar a sua atuação no Carnaval da Bahia, mas existe um mecanismo, um condicionamento na cabeça da maioria do povo brasileiro, de achar que o negro é mais propenso a ser muito mais bandido do que o branco”, diz Margareth.
“É preciso que a Polícia compreenda que a maioria do povo negro que está nas ruas é de cidadão se divertindo ou trabalhando dignamente para sobreviver”, completa a cantora, que ressalta o “respeito” e reconhece o “esforço” da corporação.
A cantora falou também sobre o recente caso do empresário Crispim Terra, imobilizado por policiais em uma agência bancária. Para ela, a “situação é lamentável” e não pode ser admitida. “A população negra contribui com sangue, suor e lágrimas para construir esse país”, afirma Margareth, que ainda acrescenta que o se o “cidadão fosse branco”, não teria esperado tanto tempo para um ser atendido pelo gerente.
Reconhecido pela diversidade em seu público, Os Mascarados sai em 2019 novamente com a ideia que foi o “mote inicial”, de resgate do uso de fantasias. Para a artista baiana, o trabalho das diretoras do bloco, Jaqueline Azevedo, Paula Rezende e Selma Calabric, “mudou a cara do Carnaval de Salvador”.
O figurina de “Rainha de Wakanda” foi criado pela dupla Roberth Menezes e Mario Bentes, do Ateliê Fabolous. O look lembra a indumentária de uma guerreira, todo em tons de ouro.
Veja aqui:
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