Encontro de facínoras: Nicolás Maduro recebeu bandeira “Lula preso
político” do líder sem terra, João Pedro Stédile, durante evento da
esquerda latinoamericana, em Caracas. Reportagem da Gazeta do Povo:
Mesmo preso, de certa forma o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
participou da Assembleia Internacional dos Povos, em Caracas. O ditador
venezuelano, Nicolás Maduro, posou para fotos com uma bandeira de Lula
com a sentença ”preso político” que recebeu do líder do Movimento dos
Trabalhadores Sem Terra (MST), João Pedro Stédile.
Na imagem divulgada no Twitter é possível ver Maduro e outros
presentes fazendo um “L” com as mãos, marca registrada do ex-presidente
brasileiro, condenado pela Lava Jato nos casos do sítio de Atibaia e
também do triplex do Guarujá. O evento em Caracas terminou nesta
quarta-feira (27), após quatro dias de programação organizada por
partidos políticos, movimentos sindicais e populares de 85 países,
segundo os organizadores.
Maduro cola sua imagem à de Lula no momento em que é alvo de críticas
da comunidade internacional, que o consideram um usurpador do cargo de
presidente da Venezuela por causa de fraudes na última eleição. Países
como Estados Unidos, Canadá, Colômbia, Brasil e parte da União Europeia
reconhecem o opositor Juan Guaidó como presidente interino.
Participei de atividade com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, na Assembleia Internacional dos Povos (AIP), que reúne em Caracas desde domingo 400 dirigentes políticos de 85 países. Manifestamos o nosso repúdio à prisão política do companheiro Lula. Lula Livre! pic.twitter.com/GbiDEfxNtZ— João Pedro Stédile (@stedile_mst) 27 de fevereiro de 2019
Discurso de Maduro
Maduro esteve no encontro na terça-feira (26). Ele chegou a
interromper seu discurso para pedir a bandeira da Venezuela a uma pessoa
da plateia e comentou as estremecidas de relações diplomáticas com a
vizinha Colômbia. “Com todo amor que temos pela Colômbia e ao povo
colombiano, que denuncie e rechacem a tentativa de uma invasão dos
Estados Unidos à Venezuela a partir da Colômbia”.
Nesta quarta (27), Maduro publicou na internet: “Peço aos movimentos
políticos e sociais que levem a verdade da pátria de [Simon] Bolivar e
[Hugo] Chávez a todos os países, como parte da luta pelo direito dos
povos por um mundo digno e justo. A Venezuela não está sozinha”.
Líder do MST, Stédile participou da abertura do encontro, ao lado de
nomes como a prefeita de Caracas, Érika Farías. “O imperialismo
estadunidense, suas petroleiras e os doidos bolsonaros foram derrotados
em Bogotá. Venceu a política da sensatez, o povo da Venezuela e o
governo Maduro. A invasão militar foi afastada, ainda que o cerco da
guerra híbrida continue. Muitas vidas se salvaram”, afirmou Stédile no
Twitter.
Ainda que não diretamente, o líder sem terra reconheceu o trabalho do
vice-presidente do Brasil, general Hamilton Mourão, na reunião do Grupo
de Lima, que aconteceu em paralelo, na vizinha Colômbia: “Ainda bem que
os militares brasileiros, ao que parece, ainda têm algum juízo. As
declarações do vice demonstram que as Forças Armadas brasileiras não
querem entrar numa aventura militar sem sentido algum para o povo
brasileiro”.
Além do líder brasileiro, estiveram na Venezuela outros nomes da
esquerda, como o deputado espanhol do parlamento europeu Javier Couso e o
jornalista Ben Norton.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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