| Segundo análise da CELA (Clean Energy Latin America),
o armazenamento de energia renovável gerada em horários de menor
demanda garante redução dos efeitos das interrupções na geração solar e
eólica, bem como aumenta a flexibilidade de operação de todo o sistema
elétrico nacional
Novembro de 2024 – A
inclusão de sistemas de armazenamento de energia elétrica no Leilão de
Reserva de Capacidade do Governo Federal, previsto para junho de 2025,
conforme previsto pelo Ministério de Minas e Energia (MME), pode se
configurar como um grande avanço para a segurança energética do País, ao
mesmo tempo em que acelera a transição para uma matriz energética mais
limpa e flexível.
A
avaliação é da consultoria CELA (Clean Energy Latin America),
especializada em assessoria financeira e consultoria estratégica para
empresas e investidores do setor de energia renovável no Brasil e no
mundo. Segundo a análise da empresa, ao comtemplar as tecnologias de
baterias neste leilão, o Sistema Interligado Nacional (SIN) ganha mais
estabilidade e robustez. “Ao permitir o armazenamento da energia
renovável gerada em horários de menor demanda, teremos uma redução
importante dos efeitos dos cortes recorrentes da geração solar e eólica,
o chamado constrained-off (ou curtailment), além de aumentar a
flexibilidade operativa do sistema”, explica a especialista Camila
Ramos, CEO da CELA. Segundo a executiva, com tal medida, o
Brasil poderá ingressar em um novo patamar de modernização do setor
elétrico, incentivando o uso de tecnologias de ponta para garantir a
segurança do fornecimento e viabilizar a o uso de mais fontes renováveis
intermitentes no médio prazo. “Ao mesmo tempo, a inserção de sistemas
de armazenamento acelera discussões técnico-regulatórias, impulsiona a
inovação no setor e fomenta a digitalização do grid elétrico
brasileiro”, acrescenta. O leilão prevê a contratação de
projetos de armazenamento com disponibilidade de potência mínima de 30
megawatts (MW) pelo equivalente a quatro horas de despacho contínuo por
dia no sistema elétrico, com máximo de um ciclo de carga e descarga
diárias, em horário definido pelo Operador Nacional do Sistema (ONS). Segundo
a CELA, todas as normas técnicas do edital ainda estão em fase de
elaboração, mas é esperado que a metodologia de escolha dos vencedores
seja uma combinação entre o menor preço fixo ofertado e a Capacidade
Remanescente do SIN para Escoamento de Geração no barramento do projeto. Já
no modelo de remuneração, deverá ser determinada uma receita fixa
mensal, corrigida pelo IPCA a cada 12 meses, com a possibilidade de
receita adicional com serviços ancilares, desde que mantidos requisitos
do leilão. Já o balanço de energia será liquidado no Mercado de Curto
Prazo (MCP) e revertido para a Conta de Potência para Reserva de
Capacidade (CONCAP). No volume do contrato, o vendedor não estará
exposto ao risco de preços. “Na prática, o leilão oferece um
modelo com risco-retorno atrativo”, explica Camila. “Além de um modelo
de receita fixa indexada à inflação e sem exposição ao risco de preços, o
certame estabelece um prazo de quatro anos para execução dos projetos.
Desta forma, vencedores poderão optar por arbitrar o melhor momento para
compra dos sistemas, especulando uma queda adicional nos preços das
baterias ou acelerando a implantação e antecipando a receita fixa (caso
demonstrem benefícios técnicos e econômicos ao SIN com a antecipação).
Se mantida desta forma, essa combinação de fatores pode gerar retornos
acima da média”, aponta a especialista. Mercado de US$ 12,5 bi em sistemas de armazenamento Segundo
estudo recente da CELA, o mercado brasileiro de sistemas de
armazenamento energético deve atingir um crescimento de 12,8% ao ano até
2040, com um incremento de até 7,2 gigawatts (GW) de capacidade
instalada no período. De acordo com as projeções da CELA, o
avanço do mercado de baterias a serem incorporadas na infraestrutura de
geração, transmissão e distribuição de energia elétrica no País pode
movimentar mais de US$ 12,5 bilhões anuais, considerando as
regulamentações atuais. No entanto, pela análise da consultoria
com incentivos adequados, regulamentações bem definidas e metas
estabelecidas, esse potencial poderia ser ampliado para além dos 7,2 GW
previstos e alcançar valores de até 18,2 GW, sem considerar o potencial
dos chamados sistemas behind the meter, que são instalações particulares em indústrias, comércios, propriedades rurais e residências. Sobre a CELA A
CELA – Clean Energy Latin America é uma butique de investimentos que
presta assessoria financeira e consultoria estratégica a empresas e
investidores do setor de energia renovável e transição energética na
América Latina. É especializada nos setores de energia eólica, solar
fotovoltaica, armazenamento de energia e hidrogênio verde. Trabalha com
planos de negócios, a análise de viabilidade de projetos, captação de
recursos, M&A, project finance estruturação financeira de PPAs no
mercado livre e regulado. Para mais informações, contatar: Thiago Nassa (MTb. 30.914) TOTUM Comunicação (11) 99544 4954 |
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário