O
primeiro romance de Rebecca Navarro Frassetto apresenta o encontro de
três crianças com um ser de outro planeta, retratando questões
humanitárias, ambientais e emocionais
Ora,
diante de tantos questionamentos, por vezes pessimistas, por vezes
descrentes, cabe aos artistas o reencantamento do mundo e,
consequentemente, da vida. O romance de estreia de Rebecca Navarro
Frassetto, “Nosso Amigo Gaivota”, coloca os leitores no coração desse
reencantamento.
Edmilson Felipe (Doutor em Antropologia, psicanalista, escritor e poeta)
Obra
de ficção fantástica voltada para o público juvenil, o romance de
estreia da escritora paulistana Rebecca Navarro Frassetto (@rnf.escritora), “Nosso Amigo Gaivota”
(207 págs.) aborda temáticas importantes como a preservação do planeta,
a empatia e o futuro da humanidade. Através de sua prosa poética, a
autora traz uma jornada pelo tempo e espaço, repleta de desafios e
aprendizados, com histórias de amor e de amizade. Segundo Edmilson
Felipe, doutor em antropologia, psicanalista, escritor e poeta, que
assina o prefácio do livro, trata-se de uma “incrível travessia de
sonhos, esperanças, imaginações e (Rê)encantamentos”.
Os
leitores são apresentados inicialmente a Luna, Julio e Leo, três irmãos
que se envolvem em uma trama que muda a vida deles – e de todos os
terráqueos – para sempre. A aventura começa quando Gaivota, um ser
diferente de tudo aquilo que as crianças já haviam visto, aparece na
Cabana de Cristal. O novo companheiro revela ser um “humano do futuro”,
vindo de Alana, um planeta distante que viria a ser habitado pelos
terráqueos, em milhares de anos.
Os
quatro viajam até Alana, onde precisam completar a difícil missão de
salvar os dois mundos. Nessa fantasia com toques de realismo mágico, o
jovem leitor se diverte e ao mesmo tempo, aprende sobre a importância de
valorizar os sentimentos e preservar a vida na Terra. Ao longo da
leitura, ressoa o questionamento: “qual o legado da humanidade?”
A
autora contou com a influência das obras de Gabriel García Márquez,
Kazuo Ishiguro e Haruki Murakami em seu estilo de escrita para “Nosso
Amigo Gaivota”. Originalmente, a ideia para a história começou como um
artigo científico. Após algum tempo de trabalho, Rebecca decidiu
escrever sobre esses temas em um livro juvenil.
Fã
de artistas como David Bowie, Charles Bukowski e Quentin Tarantino,
Rebecca tem 46 anos. Nasceu em São Paulo, capital e vive em Mogi das
Cruzes, no interior paulista. Em 2001, lançou seu primeiro livro de
poesia, de forma independente. Entre 2002 e 2008, a escritora trabalhou
como co-editora dos jornais culturais Jornal da Praça e Café Literário.
Em 2015, após ter sido mãe, voltou à literatura, lançando seu fanzine “O
barulho do vento”.
Confira um trecho do livro:
“A
última geração de cosmigrantes, os milhões de humanos que saíram da
Terra para habitar Alana numa viagem só de ida que levou quase mil anos,
embora devidamente treinada para o Grande Dia quando todos pisariam no
solo firme e fértil do novo planeta, cogitava os infortúnios que
enfrentaria. Quais? E como saber? A raça humana nunca esteve de fato
preparada para os planos do amanhã. Ao contrário, contou sempre com a
alquimia do café com leite, ou, naquele caso, dos inúmeros estudos
conduzidos junto ao jogo de cintura improvisado que lhes garantiria a
sobrevivência. Não que alguém assumisse essa segunda parte…”
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