Os
familiares de três torcedores que morreram em decorrência de atos
violentos em estádios brasileiros estiveram presentes na partida e
ocuparam simbolicamente as cadeiras vazias. Ettore Marchiano, pai da
torcedora palmeirense Gabriela Aneli, morta aos 23 anos no dia 8 de
julho de 2023, na capital paulista, também participou.
“É
uma campanha que – espero – tenha um efeito bem grande, para que a
gente acabe com tudo o que está acontecendo. O estádio de futebol tem
que ser um lugar para a pessoa festejar, comemorar, encontrar os amigos,
extravasar e ir embora para casa em segurança”, acredita Ettore.
A Campanha
As
“cadeiras vazias” fazem alusão às consequências muitas vezes
irreparáveis da violência: pessoas deixam de ir aos estádios por medo,
times precisam jogar de portões fechados como punição e há a ausência
permanente das vítimas fatais. A campanha reflete não somente sobre as
violências extremas, que ceifam vidas e arruínam famílias, mas também
sobre outras formas graves, como racismo, homofobia, xenofobia,
agressões contra a mulher e intolerância religiosa. Todos esses atos
afastam as pessoas dos estádios e até mesmo as desencantam para sempre
com o futebol, um dos maiores pilares da identidade cultural do país.
O
número de cadeiras simboliza o total de vítimas fatais de violência no
futebol entre 1988 e 2023, conforme levantamento do jornalista esportivo
Rodrigo Vessoni.
A
ação contra a violência conta com a parceria da Confederação Brasileira
de Futebol (CBF), da Associação Nacional das Torcidas Organizadas
(Anatorg) e dos principais clubes do futebol brasileiro, com o objetivo
de promover a paz nos estádios e criar um ambiente seguro, incentivando
comportamentos positivos e a denúncia de atos de violência.
Redes sociais
A
partir de quinta-feira (7), a sustentação da campanha Cadeiras Vazias
será impulsionada nas redes sociais com diversos conteúdos a serem
compartilhados por atletas, ex-atletas, clubes, torcidas organizadas,
influenciadores e outras personalidades. Usando as hashtags
#OcupaçãoPelaPaz e #PazNoFutebol, as publicações exibirão peças da
campanha, minidocumentários com depoimentos carregados de emoção e
saudade de familiares de Paulo Ricardo, Sergio Henrique e Gabriela,
informações sobre o panorama da violência no futebol e medidas propostas
pelo Movimento de Ocupação pela Paz no Futebol.
Nenhum comentário:
Postar um comentário