Pediatra
orienta buscar atendimento médico em casos de diarreia grave em
crianças. Doença pode ser contraída através de água, alimentos
contaminados e fezes, inclusive nas trocas de fraldas de bebês vacinados
Segundo o Ministério da Saúde, o rotavírus é o agente mais frequente de diarreia grave em crianças menores de cinco anos de idade
e as infecções pela doença provocam mais de 200 mil mortes por ano no
mundo. Os principais sintomas da doença são febre alta, vômitos e
diarreia grave. O vírus causa alterações tanto estomacais - com vômitos
importantes e numerosos -, como intestinais, causando diarréia aquosa,
malcheirosa, volumosa e com alta frequência.
Segundo a médica pediatra do Espaço Zune, Giselle Pulice,
“o rotavírus é um dos principais vírus que causam sintomas de
gastroenterite graves na população, principalmente em crianças e é uma
doença altamente transmissível e que evolui rapidamente. É comum que as
crianças evacuem muito, às vezes mais de 20 ou 30 episódios. A
consequência disso é que a criança que evacua e vomita muitas vezes
ficará desidratada rapidamente, apresentando sintomas como sonolência, prostração, coração batendo rápido, diminuição de lágrimas ao chorar e diminuição da urina”.
Apesar de existir um exame de fezes para a detecção do vírus, o mais indicado é iniciar o tratamento o quanto antes. Para
a pediatra, quando os pais perceberem aumento no número de evacuações e
vômitos, já é indicado iniciar a hidratação com soros de reidratação
oral. Se a criança não aceita o soro de reidratação oral, ou em
qualquer sinal de desidratação, é importante ir ao pronto socorro para
que essa hidratação seja realizada via endovenosa, que é mais eficiente.
“Quando
a criança está hidratada, calculamos a quantidade de líquidos que deve
ser reposto de acordo com a idade e peso e vamos reidratando oralmente
de acordo com a perda em cada episódio de diarreia ou de vômito. Mas,
quando a criança já está desidratada, é importantíssimo ir a um ambiente
hospitalar e receber hidratação via endovenosa, que é muito mais
eficiente. O médico irá avaliar a necessidade de remédios antieméticos e
antidiarreicos, que devem ser usados com cautela. Bebês
pequenos com rotavírus costumam ter muita assadura devido fezes mais
ácidas, as pomadas de assadura são essenciais nesse período”, alerta a médica.
Cuidados com a criança vacinada para evitar contaminação
A
transmissão se dá por via fecal-oral, por meio do contato pessoa a
pessoa, ingestão de água e alimentos contaminados, contato com objetos
contaminados e propagação aérea por aerossóis. Por isso, os cuidados
básicos de higiene com alimentos, destinação correta do lixo e com a
qualidade da água consumida são algumas das maneiras mais eficientes de
se proteger contra a doença. Além disso, o rotavírus pode ser
encontrado em altas concentrações nas fezes de crianças infectadas ou
recém vacinadas. A troca das fraldas nos 30 dias após a vacinação
precisa de atenção e cuidados de higiene redobrados.
Para os pais e cuidadores, o contato com a criança vacinada tem riscos de contaminação. Ao receber as gotinhas da vacina, a troca das fraldas nos 30 dias após a vacinação precisa de atenção e cuidados de higiene redobrados,
já que as fezes da criança estão contaminadas. O indicado é que apenas
um cuidador faça essas trocas para evitar que a doença se espalhe na
família.
Segundo
informações da Agência Einstein, o esquema de vacinação do SUS contra o
rotavírus humano é de duas doses, exclusivamente via oral aos dois e
quatro meses de idade, sendo que a primeira dose pode ser administrada a
partir de um mês e 15 dias e, a segunda dose, pode ser administrada a
partir de três meses e 15 dias até sete meses e 29 dias. Na rede
particular, a vacina é administrada em três doses, aos dois, quatro e
seis meses.
“A vacina
age das duas maneiras: protege a criança de se contaminar e também
ameniza os sintomas em caso de contaminação. As crianças vacinadas,
quando expostas, tem sintomas mais brandos. No Brasil existem
dois tipos de vacinas: a vacina do SUS é monovalente, ou seja, protege
contra um tipo mais comum do rotavírus, enquanto nas redes particulares
de vacinação é possível vacinar com o tipo pentavalente, ou seja, contra
os cinco principais tipos do vírus”, ressalta a pediatra Giselle Pulice.
Cuidados para evitar contaminação
- Manter a vacinação em dia;
- Lavar
sempre as mãos das crianças e adultos, com água limpa e sabão, antes e
depois de utilizar o banheiro e preparar ou manipular alimentos;
- Usar álcool quando não for possível a lavagem das mãos;
- Tomar cuidado com a limpeza e troca de fraldas de bebês vacinados por 1 mês;
- Aumentar o consumo de líquidos;
- Evitar contato com pessoas e crianças com diarreia;
- Descartar fraldas e lixo corretamente, evitando a contaminação de solo e água;
- Lavar
e desinfetar as superfícies, utensílios e equipamentos usados na
preparação de alimentos e conservar alimentos perecíveis na geladeira;
- Aleitamento
materno seguindo as recomendações do Ministério da Saúde
(exclusivamente até os seis meses e continuada até os dois anos de
idade, pois os anticorpos da mãe também protegem o bebê).
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