MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 31 de março de 2024

Trump deveria estar quebrado e embargado; em vez disso, ficou mais rico.

 

BLOG  ORLANDO  TAMBOSI


Com prazo extra e redução de fiança para multa milionária, ex-presidente vIe fortuna disparar com a entrada de sua plataforma social na Nasdaq. Vilma Gryzinski:


A vida é uma montanha russa para Donald Trump – e um vale de lágrimas para os que torcem por sua queda.

Ele deveria ter começado a semana arruinado, com contas bloqueadas e imóveis confiscados para garantir o pagamento de uma multa jamais vista, de meio bilhão de dólares, por contabilidade fraudulenta.

Nos Estados Unidos, para que processos assim possam ter recurso, uma seguradora deve garantir o pagamento da multa, exigindo caução equivalente do processado. As instituições do ramo “deram risada” quando foram consultadas sobre a caução do ex-presidente, segundo seu filho Eric Trump: nunca tinham visto multa semelhante.

Em vez de arruinado, Trump conseguiu na segunda-feira um prazo extra de dez dias e a redução da caução para 175 milhões de dólares. E tripudiou que “vai ser uma honra” pagar.

Na terça, a coisa ficou pior ainda para seus adversários. Numa guinada inacreditável, a fortuna dele disparou para nada menos que 6,4 bilhões de dólares com a estréia de sua empresa de rede social na bolsa Nasdaq. A empresa controla a Truth Social, criada por Trump depois que foi barrado no Twitter (o nome oficial ainda era esse) e outras redes. Em um dia, ele ganhou 3 bilhões.

OUTRO PATAMAR DE FORTUNA

Passou assim de quase falido e bloqueado para a lista dos 500 mais ricos do mundo, pelos critérios do Índice de Bilionários da Bloomberg.

Embora submetido a um prazo de seis meses para vender ou oferecer sua participação acionária como garantia para empréstimos, o que não ajuda em suas dívidas com a justiça, Trump simplesmente entrou em outro patamar de fortuna.

É de fazer qualquer inimigo político arrancar os cabelos. E não faltam inimigos a Trump. Um exemplo mais recente de como ele altera o comportamento dos adversários: o site Salon publicou uma reportagem na qual procura comprovar que Trump está sofrendo de demência frontotemporal, do tipo variante comportamental.

A reportagem é baseada em “diagnóstico”, feito à distância, evidentemente, pelo psicólogo John Gartner, transformado em abaixo assinado de profissionais de saúde mental.

O site consultou a psiquiatra forense Elizabeth Zoffman para endossar a hipótese e ela listou uma série de “comprovações”. Entre elas, incluem-se “mudanças nos padrões de fala, dificuldade em pronunciar palavras, desinibição e incapacidade de controlar arroubos verbais, mudanças no movimento e na maneira de andar e mudanças na capacidade de julgamento e no controle de impulsos que expõem o agravamento de traços de personalidade caracterizados como narcisistas e antissociais”.

CONTRAPESO A BIDEN

A falta de ética deveria causar repúdio e escândalo, mas hoje atitudes assim parecem ter se normalizado. Diagnósticos à distância viraram uma prática comum quando o envolvido é Trump.

O objetivo também é claro: fazer o contrapeso à percepção predominante de que Joe Biden está em declínio cognitivo.

Não que faltem defeitos de caráter e de julgamento a Donald Trump, incluindo sua tendência a se deslumbrar com Vladimir Putin e os casos execráveis em que menosprezou mortos e feridos de guerra – em defesa dos Estados Unidos – como “perdedores”.

A lista é longa, mas depara com vários obstáculos. Um, são os eleitores trumpistas que relevam qualquer coisa que ele faça e dizem que estão escolhendo um presidente, não um candidato a santo. Outro, são os eleitores que fazem comparações e chegam à conclusão que estavam melhor na época dele.

IMIGRAÇÃO E COGNIÇÃO

O bilionário Nelson Peltz resumiu ontem o que leva muitos americanos comuns, sem a fortuna de 1,7 bilhão de dólares dele, a preferir o ex-presidente.

“Eu provavelmente vou ficar com Trump e não estou feliz com isso”, disse o megainvestidor – mais conhecido, em outros círculos, como pai de Nicola Peltz, casada com Brooklin Beckham, filho do jogador inglês e da ex-cantora.

Motivos: o descontrole na imigração, que hoje “não é um problema democrata ou republicano”, mas nacional, e “a condição mental realmente assustadora” de Joe Biden.

“Não sei o que ele sabe e o que ele não sabe. Não sei quem está falando por ele e isso é perturbador”.

Teriam os Estados Unidos dois candidatos a presidente com problemas mentais? É uma possibilidade, considerando-se a idade e alguns comportamentos. Mas só um deles acabou de ganhar 3 bilhões de dólares.

Muitos eleitores não deixarão de notar isso.
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