BLOG ORLANDO TAMBOSI
O conflito programado entre Executivo e Legislativo agravou-se com o resultado da última eleição, que não deu a lado algum peso decisivo para impor uma agenda política. William Waack:
Pode-se
trocar os atores no atual teatro político em Brasília e não mudam os
personagens centrais. Muito menos o enredo: uma luta feroz pelo poder
entre Congresso e Executivo.
Os chefes do Executivo e das Casas legislativas estão entrelaçados numa
disputa pelos instrumentos básicos de atuação política – a alocação de recursos via orçamento público e a ocupação da máquina estatal.
É o resultado lógico de um péssimo “design” de sistema de governo
que só piorou na última década. O conflito programado entre Executivo e
Legislativo agravou-se com o resultado da última eleição, que não deu a
lado algum peso decisivo para impor uma agenda política.
Mas o “clinch” institucional vivido por Arthur Lira e Lula não
explica tudo, pois existe um largo espaço para a atuação de indivíduos.
A de Lira tem sido a exploração brutal do que ele entende como prerrogativas de poder irrevogáveis do Parlamento. Seu maior problema é coordenar forças políticas fracionadas, que não obedecem a um comando central.
A
atuação de Lula sofre em razão da incompreensão das mudanças de poder,
além de achar que suas vontades prevalecem sobre os fatos. Ele não
desenvolveu até aqui um plano coerente de governo e de ação política, e
está improvisando nas duas esferas. Obrigou-se ao microgerenciamento de
infindáveis minicrises, deixando a sensação de que quanto mais fala,
menos se sai lugar.
As
principais pautas de interesse imediato para o País estão sendo
empurradas, mas não conduzidas com um senso de horizonte um pouco mais
amplo (seria mesmo uma utopia). A do arcabouço fiscal agrada
ao desejo de gastar compartilhado entre Congresso e Executivo, mas de
maneira perversa está dependendo em parte substancial do Judiciário para
garantir aumento de arrecadação.
Postado há 1 week ago por Orlando Tambosi
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