MEDIÇÃO DE TERRA

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segunda-feira, 1 de maio de 2023

Lula define postura na guerra da Ucrânia apoiado em sabedoria de botequim

 

BLOG  ORLANDO  TAMBOSI

O principal problema dessa política é o notável distanciamento entre a visão que Lula tem do cenário internacional e a realidade dos fatos. William Waack:


A política externa atual do Brasil em relação ao conflito na Ucrânia é a política externa do Lula. Ela consiste na promoção da imagem pessoal do presidente como um estadista de grande projeção internacional.

O principal problema dessa política é o notável distanciamento entre a visão que Lula tem do cenário internacional e a realidade dos fatos. Nesse sentido, as bobagens que ele tem reiterado sobre causas, evolução (no sentido cronológico) e possíveis resultados do conflito não são apenas deslizes retóricos.

São distorções trazidas pela ignorância de como funciona a ordem internacional em transformação e o motivo das ações das potências envolvidas. Junto da incapacidade de entender e formular o que seja o interesse nacional brasileiro, que Lula confunde (como fazem populistas em qualquer lugar) com interesses políticos pessoais.

Uma das imprecisões históricas mais reveladoras da falta de visão internacional de Lula foi a afirmação de que a China merece um crédito especial como possível negociadora no conflito da Ucrânia pois “não faz guerra há muito tempo”. A história da moderna China, como a de todas as grandes potências, é a história de suas grandes guerras (de conquista, civil ou ambas). E a China está se preparando para a maior delas, contra os EUA.

A afirmação, feita por Lula, de que não adianta “discutir quem está certo ou quem está errado” no caso da Ucrânia implica desprezo do presidente brasileiro a princípios de Direito Internacional. A preservação desses princípios foi durante décadas o norte da política externa brasileira.

Outra bobagem retórica – “Você só vai discutir acerto de contas quando pararem de dar tiros” – expõe incapacidade de entendimento das relações internacionais. Não se esperava que Lula se dedicasse a interpretar a frase célebre de Clausewitz (A guerra é a continuação da política por outros meios), mas qualquer político realista e realmente pragmático sabe bem o que significa.
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