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O BBB nem acabou direito e já vai começar mais uma CPIzza para investigar o 8 de janeiro onde uma turba de baderneiros tentou acabar com a democracia invadindo o Palácio do Planalto, o Congresso e o Supremo. Agamenon Mendes Pedreira para a revista Crusoé:
Mal
coloquei as minha quatro patas no Brasil e já me vi no meio de mais um
tsunami político. Acompanhei o presidente Luísque Inácio Janja da Silva
em sua recente visita à Portugal, viajei na condição de “puxa saco
oficial”. Enquanto me dependurava no lado direito do escroto
presidencial, no lado esquerdo agarrado estava o compositor Chico
Buraque. O genial autor de “A Bunda” e “Apesar do PT” foi receber o
Prêmio Camões por sua contribuição à língua portuguesa. Acontece que o
ex-presidente Bolsoanalfa se recusou a conferir ao Chico a honraria
lusófoda. Jair Bozonaro explicou a razão da mesquinharia: “O português é
uma língua morta e eu não sou coveiro!”. Evidentemente, os holofotes
estavam todos em Chico e eu passei despercebido no meio do belo discurso
do compositor onde ele reafirmou sua luta contra o fascismo e que não
se pode fazer uma omelete sem babar os ovos.
A
primeira-dama, a Manja, diante do meu fracasso bajulatório, exigiu
revoltada que o Lula me despachasse para o Brasil onde minha presença
seria mais inútil. Mas, ao contrário do que dizem os terraplanistas de
carteirinha, o mundo dá muitas voltas. E, por isso mesmo, acabei dando
umas voltas com a primeira-dama percorrendo as principais boutiques
fashion de Lisboa. No final do rolê, eu carregava tantas sacolas, que
comecei a chama-la de Dona Esbanja Lula da Silva.
O
BBB nem acabou direito e já vai começar mais uma CPIzza para investigar
o 8 de janeiro onde uma turba de baderneiros tentou acabar com a
democracia invadindo o Palácio do Planalto, o Congresso e o Supremo num
domingo quando não tem ninguém em Brasília. Até a polícia e a Guarda
Civil que estavam no local assistiram a tudo como se fosse uma série da
Netflix e não fizeram nada.
Sempre
muito gentil e prestativo, o poeta-general careca Gonçalves Dias, que
parece o Tio Fester da Família Adams, disse que estava no palácio por
acaso e ofereceu água, cafezinho, uma massagem tântrica e recitou
algumas de suas poesias só como uma cortesia para os golpistas.
Outro
que não sabia de nada era o ex-presidente Jair Bostonaro que não estava
nem aí, afinal, estava em Orlando se curando de mais uma obstrução
intestinal no cérebro. Bolsonarco confirmou que mandou um vídeo de
incentivo aos bandalheiros, mas, explicou que foi sem querer porque
estava sob efeito da morfina.
Todos
sabem que a morfina, assim como a maconha, é uma porta de entrada para
as drogas mais pesadas como os opióides e, no caso do Bolsonaro, os
ocióides que estimularam o ócio do presidente durante os quatro anos em
que não fez nada de mais e nem de menos.
O
fato é que vivemos na era da “pós-verdade” ou, como preferem alguns,
“neo-cascata”. O que era mentira ou balela hoje se chama “narrativa” e o
que é pior: se a “narrativa” do “conteúdo” for “robusta” vai aumentar o
“engajamento”. Bom, vou dar um “pause” porque já “lacrei”. Pronto,
falei !
Agamenon Mendes Pedreira é membro mole da comitiva presidencial
Postado há 5 days ago por Orlando Tambosi

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