A Bahia está entre os 13 estados onde a Polícia Federal (PF) deflagra
uma operação para desarticular um esquema de tráfico internacional de
drogas e lavagem de dinheiro, na manhã desta terça-feira (18). Batizada
de "Operação Além-Mar", a investigação é conduzida pela PF de
Pernambuco, com apoio de 630 agentes, que cumprem 139 mandados de busca e
apreensão e 50 de prisão (20 preventivas e 30 temporárias) no Distrito
Federal e nos estados de Alagoas, Ceará, Goiás, Mato Grosso do Sul,
Pará, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e
São Paulo, além de Bahia e Pernambuco.
Segundo informações da PF, a Justiça Federal determinou ainda o
sequestro de sete aviões, cinco helicópteros, 42 caminhões e 35 imóveis
urbanos e fazendas, ligados aos investigados e ao esquema criminoso. Foi
determinado ainda o bloqueio judicial de R$ 100 milhões.
Até esse ponto, a investigação aponta que quatro organizações criminosas
autônomas atuavam em conexão e viabilizavam o esquema com a exportação
de toneladas de cocaína para a Europa através dos portos brasileiros,
especialmente o Porto de Natal, no Rio Grande do Norte.
De acordo com a corporação, a primeira organização está centrada na
cidade de São Paulo e promove a internação de cocaína pela fronteira com
o Paraguai, transportando a droga por via aérea até o estado e depois
distribuindo-a no atacado para organizações criminosas no Brasil e na
Europa. Parceira da anterior, a segunda organização, estabelecida em
Campinas, recebe a cocaína internalizada no território nacional para
distribuição interna e exportação para Cabo Verde e Europa. A terceira,
centrada em Recife, no Pernambuco, é integrada por empresários do setor
de transporte de cargas, funcionários e motoristas de caminhão cooptados
e provê a logística do transporte rodoviário da droga e o armazenamento
da carga até o momento de sua ocultação nos containers.
Já a quarta organização, situada na região do Braz, também na capital paulista, atua como "banco paralelo" ao disponibilizar sua rede de contas bancárias, titularizadas por empresas fantasma, de fachada ou em nome de "laranjas" para movimentar recursos de terceiros, de origem ilícita. Isso era feito mediante controle de crédito ou débito, cujas restituições se dão em espécie e a partir de TEDs, com compensação de movimentação ocorrida no exterior.
Já a quarta organização, situada na região do Braz, também na capital paulista, atua como "banco paralelo" ao disponibilizar sua rede de contas bancárias, titularizadas por empresas fantasma, de fachada ou em nome de "laranjas" para movimentar recursos de terceiros, de origem ilícita. Isso era feito mediante controle de crédito ou débito, cujas restituições se dão em espécie e a partir de TEDs, com compensação de movimentação ocorrida no exterior.
Com isso, a PF explica que prisões em flagrante e apreensões de drogas
feitas ao longo das investigações demonstraram um modus operandi
dividido em três fases: internação da cocaína pela fronteira com o
Paraguai e armazenamento em São Paulo; transporte interno da droga para
regiões de embarque marítimo e armazenamento em galpões; e transporte
internacional mediante embarque da droga em navios de carga ou veleiro.
Durante a fase sigilosa das investigações, 12 pessoas foram presas e
mais de 11 toneladas de cocaína relacionadas ao esquema foram
apreendidas no Brasil e na Europa. Entre os presos, estava um grande
traficante que permaneceu foragido da justiça brasileira por 10 anos e
era procurado também National Crime Agency (NCA), do Reino Unido. Ele
foi preso em março do ano passado, na cidade de Jundiaí, em São Paulo.
As investigações começaram no ano anterior, em 2018, com base em
informações cedidas à Coordenação Geral de Prevenção e Repressão ao
Tráfico de Drogas (CGPRE), da PF, pela NCA. A medida foi resultado de
uma parceria estabelecida para reprimir o tráfico de cocaína destinada à
Europa e nem mesmo a pandemia interrompeu os trabalhos da equipe, que
apreendeu mais de 1,5 tonelada de cocaína entre março e julho deste ano.
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