Congressistas americanos enviaram nesta sexta-feira (3) uma
carta para o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, alertando para
“violações dos direitos humanos de comunidades indígenas e quilombolas
no Brasil”. A carta, proposta pela deputada democrata Deb Haaland, a
primeira indígena americana a se eleger para a Câmara de Deputados dos
EUA, obteve a adesão de 54 deputados americanos. É a terceira carta de
legisladores democratas com críticas ao presidente Jair Bolsonaro desde
que ele assumiu, e a que angariou o maior apoio. “Direitos dos indígenas
a suas terras estão sob ameaça, com o presidente Bolsonaro afirmando
que não irá designar nem um centímetro quadrado para reservas
indígenas”, diz a missiva. “As palavras e as ações de Bolsonaro indicam a
determinação de enfraquecer sistematicamente as proteções dos direitos,
e catalisam um ambiente de violência e impunidade, resultando em
ataques, assassinatos e invasões de territórios.” A carta cita o
enfraquecimento da capacidade da Funai de demarcar territórios, a
transferência do órgão para o Ministério da Família, afirma que a
invasão de terras indígenas se intensificou desde que Bolsonaro assumiu e
aponta para lentidão na demarcação de territórios quilombolas.
“Queremos que os EUA aumentem o escrutínio em relação ao desrespeito aos
direitos humanos no Brasil, especialmente nas violações contra
indígenas e afro-brasileiros”, disse à reportagem a deputada. Segundo
ela, há muitos paralelos sobre as violações contra territórios indígenas
nos governos Bolsonaro e Trump. “O secretário de Estado precisa fazer
alguma coisa, a população indígena brasileira está sob ataque neste
momento crucial, em que o aquecimento global representa um enorme
desafio, e há uma grande destruição da floresta amazônica. A população
indígena brasileira precisa saber que estamos aqui para apoiá-la.”
Folhapress
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