Sobrecarga
emocional e desafios do tratamento podem contribuir para o
desenvolvimento de ansiedade e depressão tanto no paciente como em seus
familiares |
|
|
Viver
com diabetes, especialmente o tipo 1, exige cuidados constantes e
adaptações no dia a dia, o que pode afetar a saúde mental e trazer
situações de ansiedade e estresse tanto para os que convivem com a |
|
|
doença,
quanto para quem cuida dessas pessoas. O diabetes tipo 1 ocorre quando o
sistema imunológico ataca por engano as células do pâncreas que
produzem insulina. Sem insulina, a glicose fica do lado de fora das
células, sem conseguir entrar e gerar energia. Esse tipo geralmente
surge na infância ou adolescência, mas pode aparecer em qualquer idade, e
o tratamento envolve obrigatoriamente o uso de insulina para repor a
falta absoluta desse hormônio.
A
ansiedade e depressão são as doenças mais comumente desencadeadas pelo
convívio com o diabetes. “Um dos maiores impactos na saúde mental é o
medo de queda do açúcar no sangue, que pode causar sintomas como
tremores, tontura e confusão mental, gerando ansiedade e receio de ter
novas crises. Além disso, a pressão sobre o paciente para monitorar a
glicose corretamente, aplicar insulina nos horários certos, seguir uma
dieta rigorosa, praticar exercícios regularmente e manter seus exames
laboratoriais dentro da meta pode gerar angústia e estresse. Por isso, o
acompanhamento psicológico é crucial para ajudar a lidar com as emoções
e os desafios do diabetes”, explica Dr. Augusto Santomauro Jr, médico
endocrinologista do Hospital BP - a Beneficência Portuguesa de São
Paulo.
Veja sete dicas para pacientes e familiares lideram com o diabetes da melhor forma possível: - Pacientes, não se isolem:
procurem o apoio de familiares, amigos e profissionais de saúde.
Compartilhem seus sentimentos, busquem ajuda quando necessário e
participem de grupos de apoio. Conviver com outras pessoas que entendem
os desafios ajuda a se sentir acolhido e a trocar experiências;
- Façam atividades:
pratiquem atividades que promovam o bem-estar emocional e físico e
encontrem hobbies para desenvolver. “Pais e responsáveis também precisam
cuidar da saúde mental. Lembrando que cuidar de si é fundamental para
cuidar do outro. Procurem redes de apoio, tempo para relaxar e ajuda
profissional quando necessário. Além disso, busquem atividades
prazerosas, façam atividades que gostem juntos, como jogar, ler, passear
ao ar livre ou assistir a filmes”, orienta o médico.
- Informem-se sobre o diabetes: educação
sobre a doença é essencial para enfrentar os diversos obstáculos. Por
isso, mantenham-se atualizados sobre as novidades em tratamento e
tecnologias para diabetes, participem de programas de educação em
diabetes e busquem orientação de profissionais de saúde. Contem com a
ajuda de uma equipe multidisciplinar para empoderá-los.
- Sejam pacientes consigo mesmo: haverá
dias mais desafiadores. Tenha paciência e compaixão consigo mesmo,
aprendendo com os erros e seguindo em frente. Celebre suas conquistas.
Viver com diabetes exige esforço e disciplina. Reconheça e celebre cada
conquista, por menor que seja. Isso ajuda a manter a motivação e a
autoestima. Incorpore o diabetes à sua vida e encontre maneiras de lidar
com a condição que se encaixem na sua rotina e estilo de vida. Não
deixe que o diabetes te impeça de fazer as coisas que você gosta.
- Pais e responsáveis, estejam presentes:
demonstrem amor, compreensão e apoio incondicional aos seus filhos.
Estejam disponíveis para ouví-los sem julgamentos e validem seus
sentimentos. Mas, ao mesmo tempo, incentivem a autonomia. À medida que
seus filhos crescem, estimulem a independência no autocuidado,
orientando-os e permitindo que eles assumam gradualmente a
responsabilidade pelo tratamento.
- Tenham uma comunicação aberta:
mantenham um diálogo aberto e honesto sobre o diabetes. Expliquem a
doença e o tratamento de forma clara e adequada à idade da criança ou
adolescente. Criem um ambiente de apoio e estimulem a participação dos
filhos em atividades sociais e esportivas, promovendo a interação com
outras crianças e adolescentes.
- Mantenham uma rotina:
ela ajuda a organizar o dia a dia e facilita o manejo do diabetes. E
não se esquecem de “comemorar” as pequenas vitórias. Reconheçam e
celebrem cada conquista no controle do diabetes, reforçando a autoestima
e a motivação. Concentrem-se no presente. Não se prendam a pensamentos
negativos sobre o futuro. Vivam um dia de cada vez, aproveitando o
presente”, recomenda o Santomauro.
Lidando com o diabetes Uma
outra forma de lidar bem com a doença é utilizar as redes sociais de
forma sábia e coerente, compartilhando experiências, dúvidas e dicas
sobre como conviver com a doença. Isso é o que faz a influenciadora
Larissa Faleiro de Morais, do @belasceliacas, com 24 anos, que descobriu
o diabetes tipo 1 em 2020 e isso causou um grande impacto na sua vida.
|
|
|
“Ter
diabetes tipo 1 já traz automaticamente uma sobrecarga mental, porque
diferentemente das pessoas que não têm diabetes, a gente está todos os
dias fazendo as atividades, mas sempre tem algo a mais. Eu gosto daquela
comparação com o balão azul. É como se todas as atividades que você
estivesse fazendo, você está ali tentando equilibrar o seu balão azul,
sem deixá-lo cair, sem deixá-lo voar, mas vivendo, estudando, fazendo
estágio. Não é fácil, é uma doença crônica, é uma decisão que você tem
que tomar todos os dias, de se cuidar todo dia”, relata. |
|
|
Atualmente,
Larissa utiliza a bomba de insulina da Roche, chamada Accu-chek, que
tem trazido benefícios para o seu dia a dia. “Eu gosto de praticar
atividades físicas diariamente, faço acrobacias aéreas, então foi uma
ótima escolha. Ela é super prática e leve. Tenho dormido mais tranquila e
tido bem menos hipoglicemias, além de possibilitar a personalização do
meu tratamento. Um dos maiores benefícios foi a questão de não precisar
usar a caneta, pois a bomba já faz a aplicação automática. Além disso,
quando vou sair um pouco da rotina, comer algo diferente como um pão de
queijo ou pizza, com a bomba de insulina eu consigo programar aplicações
maiores, aplicações de multi-onda. Então, eu posso programar a infusão
de insulina para outros períodos, para o período em que essa comida vai
estar fazendo efeito, por exemplo. Ela tem me ajudado bastante a lidar e
tratar o diabetes”, comemora a influenciadora.
Nenhum comentário:
Postar um comentário