Mais
uma vez, a Saúde brasileira está sendo golpeada. Desta vez, a medida
proposta pelo Governo visa mudar os pisos da Saúde e da Educação no
intuito de cortar gastos, sugerindo que ambos deixem de estar atrelados à
receita e fiquem diretamente vinculados aos limites de gastos do
arcabouço fiscal – que estabelece que as despesas dos setores não podem
crescer acima de 2,5% da inflação.
"Esta
é mais uma providência que, deliberadamente, não visa o desenvolvimento
do setor, a promoção de qualidade ou a facilidade no acesso à Saúde,
uma vez que inevitavelmente trará danos irreparáveis ao SUS “, afirma
Antonio José Gonçalves, presidente da Associação Paulista de Medicina.
Para
o diretor de Defesa Profissional da entidade, Marun David Cury, "a
saúde não pode ser utilizada como tentativa de equilibrar as gastanças
do governo. É muito fácil cortar despesa e tirar assistência médica dos
mais pobres, para sair gastando de forma descabida em outros setores,
que é o que vem acontecendo. Precisamos tentar bloquear que tirem ainda
mais recursos da Saúde.”
Para
os médicos, a retirada de verbas da Saúde pioraria o subfinanciamento
da área. “Isso acaba impactando no padrão de Saúde do brasileiro que não
pode pagar um plano privado e depende do SUS. Estão distribuindo verba
para conseguir avanços políticos, no interesse de permanecer governando e
assim por diante, mas não vemos nenhum benefício para a saúde do povo,
”, destaca Marun.
Dentre
as demais ações que estão sendo propostas e que também trarão prejuízos
– a curto e longo prazo – está o programa “Mais Acesso a
Especialistas”, que irá interferir na residência médica e coloca a
atuação das sociedades de especialidades em risco, já que não fornecerá o
ensino adequado para que os profissionais se tornem, de fato,
especialistas em suas respectivas áreas.
Além
disso, também reflete no que foi o Mais Médicos e as consequências por
ele trazidas, como o aumento desenfreado de faculdades e vagas de
Medicina e a queda na qualidade do ensino. “Aumentou drasticamente o
número de escolas e o número de médicos, mas o acesso da população à
saúde ainda continua complicado, porque não há médicos suficientes no
SUS para atender esse pessoal. O SUS é subfinanciado e é difícil
encontrar médicos nas regiões do Brasil mais afastadas e menos
populosas", completa Marun.
Posicionamento da APM
A
Associação Paulista de Medicina seguirá acompanhando os desdobramentos
deste possível corte de gastos, se manifestando contrária a todas as
medidas que possam prejudicar médicos, profissionais da Saúde e a
população no geral.
“Nós,
da APM, defendemos uma reforma administrativa para a redução de gastos.
Os cortes propostos pelo governo afetarão a saúde dos mais vulneráveis,
o que é inaceitável”, ressalta Antonio José Gonçalves.
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