JORNAL A REGIÃO
Um em cada três professores da educação básica não tem formação adequada para a disciplina que leciona. O dado é do Anuário da Educação Básica, lançado nesta quarta-feira pelos institutos Todos Pela Educação, Fundação Santillana e Editora Moderna. Nesta edição, o foco foi exclusivo na educação pública.
Segundo o levantamento, o cenário é ainda pior nos anos finais do ensino fundamental. Nessa etapa, somente 59% dos docentes têm formação adequada. Na educação infantil, apesar de 68% dos professores terem formação adequada, outro dado chama atenção: 20% não têm nenhuma graduação.
Em toda a educação básica, 12,8% dos professores não têm ensino superior. O menor percentual de docentes sem formação é no ensino médio, em que 3,9% não são formados em nenhuma área.
O PNE (Plano Nacional de Educação), que vence neste ano, estabelecia como meta garantir que todos os professores da educação básica tivessem formação específica. Segundo o Censo da Educação Superior do ano passado, 1,7 milhão de estudantes estavam matriculados em cursos de licenciatura no país.
Para o diretor de Políticas Públicas da Fundação Santillana, André Lázaro, o diagnóstico do anuário reforça a necessidade de investimento na formação. “Os dados evidenciam a urgência de políticas que não apenas valorizem os professores, mas garantam a qualidade na formação e condições de trabalho adequadas”.
Segundo ele, garantir que professores tenham a formação adequada é um dos maiores desafios da educação básica no Brasil. “A formação docente precisa ser tratada como prioridade nacional, com políticas que assegurem tanto a qualidade quanto a atratividade da profissão.”
O levantamento usa dados do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) e Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica). Outro ponto destacado é o aumento das matrículas na educação infantil. O número de crianças de até três anos em creches saiu de 28% em 2013, para 40% em 2023.
Uma das metas do PNE para até este ano era que 50% das crianças de até três anos estivessem na creche. O estudo mostra que 20% não frequentam a escola por dificuldade de acesso, como falta de vagas. As mais pobres são quatro vezes mais atingidas do que as ricas. Hoje, 632 mil crianças aguardam por uma vaga.
A dificuldade de acesso também é observada em maior intensidade entre crianças não brancas. Segundo o anuário, 26% das indígenas, 23% das pardas e 20% das pretas não frequentavam a creche por empecilhos para o acesso, ao passo que entre as brancas esse indicador foi de 17%.
Ao todo, 78% dos jovens brancos terminaram a educação básica com até 19 anos. O número cai para 68% entre os pretos, 66% entre os pardos e 59% entre os indígenas. O número de escolas com projetos sobre relações étnico-raciais e racismo caiu de 75% em 2015 para 50% em 2023. Com R7
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