A
Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma: a obesidade é um dos mais
graves problemas de saúde que o mundo deve enfrentar. Atualmente,
segundo o órgão, já são mais de 1 bilhão de pessoas obesas.
No
Dia Mundial da Obesidade (4/3), que visa conscientizar a respeito da
doença, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24h Zona Leste, no litoral
paulista, alerta sobre o mito da força de vontade em relação a
recuperação da saúde de pessoas obesas, e ressalta a importância de um
tratamento multidisciplinar.
“Na
realidade, a obesidade é uma doença que sofre influência de diversos
fatores, como a genética, estilo de vida, estresse, doenças associadas,
tratamento medicamentoso e hábitos alimentares. Ou seja, não é um fator
individual, e sim a consequência de um conjunto de fatores, logo, não
faz sentido tratar isoladamente”, explica Carlos Alberto de Oliveira
Filho, diretor Clínico da UPA Zona Leste.
A
unidade, que pertence a rede pública de saúde da Prefeitura de Santos,
sendo gerenciada pela entidade filantrópica Pró-Saúde, atua como
referência para urgências em Clínica Médica, Ortopedia, Pediatria e
Odontologia, e tem entre os principais atendimentos queixas de dor
toráxica e casos AVC, situações onde a obesidade é um dos fatores de
risco.
O
médico especialista no tratamento da obesidade é o endocrinologista.
Porém, o tratamento requer uma equipe multidisciplinar composta também
por nutricionistas, psicólogos e professores de educação física.
“É
um problema complexo e não basta apenas focar na alimentação, é preciso
regular o organismo do ponto de vista clínico e hormonal, acompanhar as
questões psicológicas envolvidas no ganho e perda de peso, inserir
exercícios físicos para acelerar o metabolismo, entre outras ações”,
destaca o diretor.
A
abordagem, alinhada ao tratamento, deve ser personalizada, considerando
o histórico do paciente. “Fica claro que não basta querer ou ter força
de vontade, o obeso precisa de orientação de diferentes especialistas
para ter sucesso no seu tratamento”, complementa Carlos Alberto.
A
obesidade é uma doença crônica que afeta a maioria dos sistemas do
corpo, atingindo articulações, coração, fígado, rins e sistema
reprodutivo. “Como consequência temos uma série de doenças crônicas não
transmissíveis, como o diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares,
hipertensão, acidente vascular cerebral (AVC), algumas formas de câncer
e, até mesmo, problemas com a saúde mental”, cita o especialista.
Segundo
o Ministério da Saúde, dos mais de 4 milhões de adolescentes
acompanhados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), até outubro de 2022,
quase 1,4 milhão foram diagnosticados com sobrepeso, obesidade ou
obesidade grave.
A
Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome
Metabólica) constata que a doença aumentou 72%, de 2006 a 2019. Ainda de
acordo com a entidade, 70% das causas da obesidade podem estar
associadas a fatores hereditários, genética, histórico familiar e etnia.
Por esse motivo, o tratamento adequado da doença deve combinar
diferentes aspectos, como:
· Acompanhamento multidisciplinar que dê suporte às questões físicas e emocionais;
· Reeducação alimentar;
· Atividade física;
· Medicação, apenas quando prescrito por profissional.
De
acordo com especialistas, a obesidade tende a piorar com o passar dos
anos, caso o paciente não seja submetido a um tratamento adequado e
contínuo. “Essa questão da continuidade está diretamente relacionada às
metas estipuladas. É essencial ser realista e ter calma, uma vez que
abordagens muito agressivas aumentam o risco de desistência do
tratamento”, alerta o médico.
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