MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 29 de novembro de 2025

Veículos elétricos avançam nas vendas

 

JORNAL A REGIÃO

A revolução elétrica deixou de ser uma promessa futurista para se tornar uma das mudanças mais profundas do setor automotivo. O que há apenas uma década parecia um panorama distante, impulsionado pela inovação industrial e pela preocupação ambiental, hoje se materializa nas ruas, concessionárias e projetos de infraestrutura.

O crescimento mundial da eletromobilidade atinge números que pareciam impensáveis há poucos anos. De acordo com o Ministério da Economia e Energia, as vendas de automóveis elétricos passaram de 3 milhões de unidades em 2020 para 17,5 milhões em 2024, um salto que ilustra a velocidade de transformação do setor.

Só em 2024, as vendas aumentaram 45% em relação ao ano anterior, permitindo que o parque global de veículos elétricos ultrapassasse os 58 milhões de unidades atualmente em circulação no mundo.

Além disso, os veículos elétricos puros (BEV) e híbridos (HEV e PHEV) já representam 22% das vendas globais de automóveis, atingindo 4,5% da frota total. Este novo mapa da indústria tem nomes próprios, e um deles é a China, líder absoluto com 65% das vendas globais, seguida pela Europa com 18% e pelos Estados Unidos com 9%.

No gigante asiático, quase metade dos veículos vendidos são elétricos, com uns impressionantes 48%, mais do dobro do registado na Europa. De forma semelhante ao que ocorre com a China em nível global, o Brasil começa a desempenhar um papel determinante na América Latina.

A menos de dois meses do final de 2025, o país já contabiliza 168.798 veículos elétricos vendidos entre janeiro e outubro. O mais revelador não é apenas o número total, mas o tipo de produtos que impulsionam esse crescimento: 81,6% correspondem a modelos plug-in, ou seja, veículos que dependem de infraestrutura externa (BEV e PHEV).

Há apenas um ano, essa proporção era de 71%, o que demonstra uma clara inclinação para soluções de eletrificação profunda, abandonando o papel predominante dos híbridos convencionais. Essa mudança também se refletiu fortemente em outubro, quando foram registradas 21.369 unidades vendidas.

Embora o volume tenha sido semelhante ao de setembro, superou em 33% as vendas de outubro de 2024. Além disso, a participação dos veículos elétricos atingiu 8,6% do total das vendas nacionais, superando os 6,4% do ano anterior.

Entre essas unidades, os híbridos plug-in se destacaram como os grandes protagonistas, com 44,3% do segmento e 9.458 unidades vendidas, relegando os híbridos tradicionais a um papel cada vez mais secundário. Os veículos elétricos puros também não ficaram atrás e registraram 7.986 vendas, um crescimento interanual de 30,7%.

Sem infraestrutura, a expansão elétrica seria inviável. Por isso, um dos pilares do crescimento brasileiro está no desenvolvimento de redes de recarga. Entre dezembro de 2020 e agosto de 2025, o número de pontos passou de apenas 350 para 16.880, de acordo com a Tupi Mobilidade/ABVE Data.

Trata-se de um avanço que não só favorece a adoção em grandes cidades, mas também permite o uso interurbano e interestadual, diminuindo a ansiedade pela autonomia e abrindo caminho para novos hábitos de deslocamento.

Outro sinal de consolidação é a diversificação geográfica do mercado. O sudeste continua liderando com 45% das vendas em outubro, mas o sul (18,6%) e o Nordeste (16%) crescem de forma constante, ao ponto de superar o Sudeste em vendas de BEV no acumulado do ano.

Em nível estadual, São Paulo domina com 29,8%, embora o Distrito Federal (10,5%) e o Paraná (6,8%) ganhem terreno. Em termos municipais, São Paulo lidera, seguido por Brasília e Belo Horizonte.

A dinâmica dos modelos também está mudando. O BYD Dolphin Mini continua sendo o veículo mais vendido do país, ultrapassando 2.600 unidades mensais. Outros produtos da marca, como o Dolphin e o Yuan Pro, ampliam seu domínio, embora marcas como a Chevrolet comecem a disputar o pódio com o Spark EUV.

Ele é o único entre os cinco mais vendidos que não pertence à BYD. Nos híbridos, a GWM lidera com o Haval H6, seguido pelo Toyota Corolla Cross e pelo BYD Song Plus, um segmento onde começa a se notar o impacto de preços mais competitivos em manutenção e seguro de automóveis.

O modelo elétrico mais acessível em 2025 é o Renault Kwid E-Tech, com preço a partir de R$ 99.990. Os consumidores agora também encontram opções no mercado de usados. Como afirma Clemente Gauer, do Conselho da ABVE, comprar um elétrico usado começa a ser “uma decisão segura e vantajosa”.

O que está por vir

O crescimento sustentado dos veículos elétricos no Brasil começa a projetar um novo capítulo para a indústria automotiva do país. Embora o mercado já demonstre maturidade em vendas e adoção de tecnologias, ele enfrenta desafios estruturais que definirão o ritmo de expansão nos próximos anos.

Entre as iniciativas mais relevantes estão os investimentos da BYD e da GWM, que iniciaram suas operações nos últimos meses, embora com enfoques diferentes. No caso da GWM, o impulso concentra-se principalmente em híbridos, enquanto a BYD aposta tanto em híbridos plug-in quanto em elétricos puros.

A esses investimentos somam-se os planos da Stellantis, que prepara a produção nacional de veículos elétricos. Embora os efeitos não sejam imediatos, essas medidas antecipam uma transição gradual para uma indústria capaz de abastecer o mercado interno e competir regionalmente.

De acordo com Ricardo Bastos, presidente da Associação Brasileira de Veículos Elétricos, o mercado de veículos elétricos no Brasil deve crescer 20% no próximo ano, um sinal de “maturidade econômica e de consumo”, já que adquirir um veículo elétrico “é hoje uma decisão muito mais racional e competitiva”.

Bastos também destacou um ponto que coloca o Brasil em uma posição de liderança regional: a América Latina está atualmente no ponto em que o Brasil estava há cinco anos, uma vantagem que abre oportunidades para exportações futuras, especialmente de veículos híbridos plug-in fabricados no país. Com O Melhor Trato

Nenhum comentário:

Postar um comentário