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domingo, 16 de novembro de 2025

Pizzaria intermediou propina do INSS

 JORNAL A REGIÃO


Empresas de fachada, incluindo uma pizzaria, uma imobiliária e um escritório de advocacia foram identificadas pela Polícia Federal como intermediadoras de propinas mensais de R$ 250 mil para o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, preso nesta quinta-feira, na nova fase da Operação Sem Desconto.

Os investigadores afirmam que a corrupção era diretamente ligada à fraude operada pela Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), por meio de descontos associativos não autorizados nas aposentadorias e pensões.

Stefanutto é identificado com o codinome “italiano”, no relatório da PF que justificou sua prisão. Segundo os investigadores, grande parte das propinas foram pagas entre junho de 2023 e setembro de 2024, no governo do presidente Lula (PT).

“Ficou claro que, em troca de sua influência, Stefanutto recebia propinas recorrentes, utilizando diversas empresas de fachada para ocultar os valores. O valor mensal de sua propina aumentou significativamente para R$ 250 mil após assumir a presidência do INSS. Seus pagamentos provinham diretamente da fraude em massa da Conafer”, diz a PF.

Nomeado por Lula da Silva (PT) para presidir o INSS em julho de 2023, Stefanutto foi afastado e demitido após a primeira fase da Operação Sem Desconto ser deflagrada, em abril deste ano. Mas a PF concluiu que ele teve “papel de facilitador” dos furtos operados com descontos diretamente nos benefícios, antes de presidir a autarquia.

Na época, era procurador do INSS. “Stefanutto agiu de forma decisiva em duas frentes: facilitando juridicamente a celebração do ACT [Acordo de Cooperação Técnica] da Conafer em 2017 e, em seguida, blindando o esquema em sua função como presidente do INSS, o que resultou no aumento da propina mensal para R$ 250 mil”, relatou a PF.

Os investigadores ainda concluíram que repasses de propinas à integrantes da cúpula do INSS teriam sido essenciais para manter as fraudes de descontos não autorizados, estimadas em R$ 6,3 bilhões, desde 2019. ”Sem o apoio deles, seria impossível continuar com uma fraude de tamanha magnitude, que envolvia mais de 600 mil vítimas e gerava milhares de reclamações judiciais e administrativas”, conclui a Polícia Federal.

Ao depor por dez horas à CPMI do INSS, em outubro, Stefanutto reconheceu irregularidades, mas negou seu envolvimento, mesmo assumindo a responsabilidade por escolher um acusado de receber ao menos R$ 6 milhões em propina, Virgílio Antônio de Oliveira Filho, para ser procurador-geral do INSS.

Stefanutto bateu boca com o relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), ao ser perguntado sobre reportagem que apontava práticas irregulares no INSS e reagir pedindo respeito, alegando que a pergunta seria “desrespeitosa” e não haveria provas na investigação. Ontem, Gaspar celebrou sua prisão.

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