JORNAL A REGIÃO
O empresário Augusto Ferreira Lima, preso pela Polícia Federal na operação Compliance Zero, tem ligações com políticos da Bahia. Baiano de 46 anos, ele era sócio de Daniel Vorcaro, do Banco Master, que é o centro de uma fraude bilionária. Lima é velho conhecido do PT da Bahia.
Amigo de Jaques Wagner e Rui Costa, ele saiu de um varejo de velas e abadás para a compra da Ebal e da rede da Cesta do Povo no governo do segundo. Lima comprou a Empresa Baiana de Alimentos em 2018 e criou outros negócios a partir dela. Na época, o mercado considerou o preço pago como "abaixo do esperado".
A rede toda saiu por R$ 15 milhões, mas ele não se importava tanto com os mercados e sim com a oportunidade finaceira. Em combinação com Rui Costa, ele transformou um cartão de crédito usado pela Cesta do Povo em Credcesta, consignado, com as faturas sendo debitadas automaticamente do salário dos servidores.
Um negócio que não tinha como dar prejuízo. O Credcesta oferecia não só as compras como empréstimos com desconto na folha. Nem toda era bonito. A empresa foi denunciada pelo envio de cartões para a casa dos servidores sem que tivessem pedido, usando o banco de dados do Governo da Bahia para isso.
Em 2000, Lima usou o Credcesta para entrar na sociedade do Banco Master, junto com o atual presidente, Daniel Vorcaro, preso pela PF quando tentava fugir em seu jatinho particular. O baiano saiu da sociedade no ano passado, quando comprou o Banco Voiter, que então se tornou Banco Pleno, com aporte de R$ 160 milhões.
A defesa de Augusto Lima alega que a investigação da PF "se concentram em fatos posteriores à saída do Banco Master, em maio de 2024 e, portanto, não guardam qualquer relação com sua atuação profissional”. Pelo jeito a Polícia Federal discorda, assim como o juiz que aprovou o pedido de prisão.
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