O
Dia Nacional de Prevenção e Controle do Colesterol, celebrado em 8 de
agosto, reforça um alerta que já se tornou rotina nas unidades de saúde:
o colesterol alto segue como um dos principais fatores de risco para
infarto e acidente vascular cerebral (AVC). De acordo com o Ministério
da Saúde, mais de 393 mil pessoas morreram por doenças do aparelho
circulatório no Brasil em 2023.
Na
UPA Zona Leste, em Santos (SP), administrada pela Pró-Saúde, os dados
reforçam a preocupação. Entre janeiro e junho de 2025, foram registrados
1.536 atendimentos relacionados à hipertensão arterial e colesterol
alto, quase 9% a mais do que no mesmo período do ano anterior, que teve
1.411 casos. As ocorrências mais frequentes incluem hipertensão arterial
(1.263), acidente vascular cerebral (192), dor torácica (33) e infarto
agudo do miocárdio (44).
“O
que temos visto aqui na UPA é um aumento consistente de casos graves,
como infarto e AVC, muitas vezes em pacientes que nem sabiam que estavam
com o colesterol elevado”, disse a médica Gisele Abud, diretora técnica
da unidade. “É comum o paciente chegar com dor no peito, ou após uma
crise hipertensiva, e só então descobrir o descontrole lipídico nos
exames”, completou.
Embora
o colesterol tenha funções importantes, como a formação das células e a
produção de hormônios e vitamina D, o desequilíbrio pode trazer riscos à
saúde. O LDL, conhecido como “colesterol ruim”, se acumula nas
artérias, favorecendo a aterosclerose, o acúmulo de gordura nas
artérias, que aumenta o risco de infarto e AVC. Já o HDL, o “colesterol
bom”, ajuda a limpar o excesso de gordura da corrente sanguínea.
“Muitos
dos nossos atendimentos poderiam ser evitados com exames regulares e
mudanças de hábito”, reforçou Gisele. Segundo ela, o maior desafio está
no caráter silencioso do problema. “É um inimigo que se instala devagar,
sem dar sinais. E quando os sintomas aparecem, já pode ser tarde”,
disse.
A
médica destaca que manter hábitos saudáveis é fundamental. “A prevenção
vai muito além da dieta. Exercícios físicos, abandono do cigarro,
controle do peso e evitar alimentos ultraprocessados fazem diferença”,
orientou. E, em alguns casos, o uso de medicamentos pode ser necessário.
O mais importante é não esperar uma doença para cuidar da saúde.
Nenhum comentário:
Postar um comentário